ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 12-12-2007.

 


Aos doze dias do mês de dezembro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Celeste e Neuza Canabarro. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência nos 5550 a 5552/07; pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 5541 a 5543/07; pelo Vereador Carlos Todeschini, o Projeto de Lei do Legislativo nº 297/07 (Processos nº 8565/07); pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providência nos 5544 a 5549/07; pela Vereadora Maria Celeste, a Indicação nº 168/07 (Processo nº 9557/07); pela Vereadora Maria Luiza, as Indicações nos 169 e 170/07 (Processos nos 9579 e 9580/07, respectivamente) e os Pedidos de Providência nos 5553 a 5603/07. Ainda, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria das Vereadoras Maria Celeste, Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro e dos Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni e João Carlos Nedel, ao Projeto de Resolução nº 124/05 (Processo nº 4876/05); e a Emenda nº 04, de autoria dos Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do PMDB, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Líder da Bancada do PTB, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Líder da Bancada do DEM, Luiz Braz, Líder da Bancada do PSDB, Nereu D'Avila, Líder da Bancada do PDT, Newton Braga Rosa e Sebastião Melo, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07 (Processo nº 4417/07). Também, foram apregoados os Ofícios nos 1569, 1572, 1573 e 1574/07, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 036, 038, 039 e 037/07 (Processos nos 9532, 9537, 9538 e 9536/07, respectivamente). Na ocasião, foram apregoados os Memorandos nos 501 e 506/07, firmados pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa as Representações Externas, respectivamente: da Vereadora Margarete Moraes, no dia dez de dezembro do corrente, na cerimônia de premiação da décima edição do Prêmio Direitos Humanos no Rio Grande do Sul, às dezenove horas e trinta minutos, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre; do Vereador Newton Braga Rosa, ontem, na cerimônia de posse da nova Diretoria do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB –, na sede dessa entidade, às dezoito horas, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 6033 e 6945/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; 3059/07, do Senhor Roberto Maciel Zeni, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal – CEF. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Nonagésima Quinta, Nonagésima Sexta e Nonagésima Sétima Sessões Ordinárias, da Décima Sexta e Décima Sétima Sessões Extraordinárias e da Quadragésima, Quadragésima Primeira, Quadragésima Segunda, Quadragésima Terceira, Quadragésima Quarta, Quadragésima Quinta e Quadragésima Sexta Sessões Solenes. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos 245/07, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e José Ismael Heinen, 289/07, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo e José Ismael Heinen e pela Vereadora Maristela Maffei, e 293/07, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Carlos Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo discorreu sobre manifestação de carroceiros ocorrida ontem no Centro da Cidade, propugnando por ações concretas dos órgãos governamentais para redução gradativa do número de carroças que circulam nas ruas de Porto Alegre. Ainda, defendeu a transferência desses trabalhadores para atividades na área de reciclagem de resíduos sólidos, analisando questões atinentes à destinação final do lixo produzido na Cidade. O Vereador José Ismael Heinen manifestou-se sobre a Contribuição Provisória Sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira, frisando que o Democratas defende a rejeição da proposta a ser apreciada hoje pelo Congresso Nacional, de prorrogação da vigência desse tributo. Nesse sentido, asseverou ser a carga tributária brasileira a mais alta do mundo, quando considerada a contrapartida oferecida em termos de prestação de serviços públicos à população. A Vereadora Margarete Moraes citou o artigo “Nunca antes neste País”, divulgado ontem na Internet pela Jornalista Rosane Oliveira, onde são analisados dados econômicos constantes no balanço anual da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul. Sobre o assunto, elogiou o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que os números apresentados nessa matéria demonstram crescimento do poder aquisitivo da população e redução do índice de pobreza no Brasil. O Vereador João Antonio Dib contraditou informações contidas no pronunciamento da Vereadora Margarete Moraes, em Comunicações, acerca do poder aquisitivo dos brasileiros. Ainda, protestou contra o número de carroças existentes em Porto Alegre, alegando que o Partido dos Trabalhadores, quando no Governo da Cidade, propiciou condições para que os carroceiros expandissem suas atividades, e propugnou pela extinção gradativa desse meio de transporte no Município. O Vereador Mario Fraga registrou o transcurso do vigésimo quarto aniversário da conquista do Campeonato Mundial de Futebol da Fifa pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Também, convidou todos para a reinauguração, no dia dezessete deste mês, do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, parabenizando os envolvidos na recuperação desse local. Finalizando, teceu comentários acerca de questões relativas às áreas de coleta de lixo, limpeza urbana, trânsito e cultura na Cidade. O Vereador Claudio Sebenelo, referindo-se à matéria “Impugnação de Conselheiros”, veiculada na edição de hoje do jornal Zero Hora, discorreu acerca das eleições deste ano para o Conselho Tutelar de Porto Alegre. Sobre o tema, defendeu a anulação desse pleito, argumentando que ocorreram diversas irregularidades e que assuntos relevantes não foram debatidos pelos candidatos. Finalizando, registrou a construção de creches pelo Governo Municipal, ressalvando que muito mais deve ser feito nessa área. A Vereadora Maristela Maffei relatou Audiência Pública da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, referente ao tema do Conselho Tutelar, abordado pelo Vereador Claudio Sebenelo em Comunicação de Líder. Nesse contexto, discursou acerca da necessidade de desmistificação do Estatuto da Criança e do Adolescente, frisando a necessidade de maior fiscalização do seu cumprimento. Finalizando, contraditou o pronunciamento do Vereador João Antonio Dib, relativo ao trânsito de carroças na Cidade. O Vereador Alceu Brasinha destacou os vinte e quatro anos da conquista, pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, do Campeonato Mundial de Futebol da Fifa, lembrando momentos da comemoração desse título realizados na Cidade. Nesse sentido, expressou sua admiração por essa equipe de futebol e registrou sua esperança de que a atual direção do Grêmio consiga concluir a construção de um novo estádio de futebol e encaminhar o time a outras vitórias de expressão mundial. A Vereadora Clênia Maranhão debateu a significância da arte e da cultura para o desenvolvimento de um povo, enfatizando as políticas públicas praticadas em Porto Alegre nos últimos tempos, que contribuíram para o engrandecimento dessa área. Com relação ao assunto, enalteceu iniciativas do atual Governo Municipal, como a iluminação natalina da Usina do Gasômetro, a criação do roteiro turístico denominado Caminhos Rurais de Porto Alegre e a reabertura do Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 58, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/07, por onze votos SIM e dezesseis votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Professor Garcia, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Elias Vidal, Guilherme Barbosa, Luiz Braz e Marcelo Danéris e as Vereadoras Margarete Moraes, Maristela Maffei e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa e Professor Garcia. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 59, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/07, por onze votos SIM e vinte votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Maria Celeste, Carlos Comassetto, Bernardino Vendruscolo, Maristela Maffei e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Guilherme Barbosa e Marcelo Danéris e as Vereadoras Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Mario Fraga, Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Nilo Santos e Professor Garcia. Na oportunidade, foi apregoado o Memorando nº 507/07, firmado pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa do Vereador João Carlos Nedel, hoje, na reunião-almoço “Tá na Mesa” da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul – FEDERASUL –, às doze horas e quinze minutos, na sede dessa entidade, em Porto Alegre. Após, foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 62, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/07, por onze votos SIM e dezessete votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Margarete Moraes, Adeli Sell, Professor Garcia, Maristela Maffei e Claudio Sebenelo, em votação nominal solicitada pelo Vereador Mario Fraga, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Guilherme Barbosa e Marcelo Danéris e as Vereadoras Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Mario Fraga, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos e Professor Garcia. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 63, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/07, por treze votos SIM e dezenove votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelas Vereadoras Maria Celeste, Sofia Cavedon e Maristela Maffei e pelo Vereador Professor Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Mario Fraga, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Guilherme Barbosa e Marcelo Danéris e as Vereadoras Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Maristela Maffei, Neuza Canabarro e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Mario Fraga, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia e Valdir Caetano. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 64, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/07, por sete votos SIM e vinte e um votos NÃO, após ser encaminhada à votação pela Vereadora Sofia Cavedon e pelos Vereadores Claudio Sebenelo, Adeli Sell e Professor Garcia, em votação nominal solicitada pela Vereadora Clênia Maranhão, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini e Marcelo Danéris e as Vereadoras Margarete Moraes, Maristela Maffei e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Mario Fraga, Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos e Professor Garcia. Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 508/07, firmado pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa do Vereador José Ismael Heinen, hoje, no jantar alusivo ao encerramento do Campeonato Metropolitano de Bocha de 2007, às vinte horas, na sede da Sociedade Amigos Jardim Itu, em Porto Alegre. Em prosseguimento, foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 65, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/07, por cinco votos SIM e vinte votos NÃO, após ser encaminhada à votação pela Vereadora Sofia Cavedon e pelos Vereadores Professor Garcia e Carlos Todeschini, em votação nominal solicitada pelo Vereador Mario Fraga, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni e Carlos Todeschini e as Vereadoras Margarete Moraes e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Mario Fraga, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Professor Garcia e Valdir Caetano. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 66, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/07, por seis votos SIM e dezesseis votos NÃO, após ser encaminhada à votação pela Vereadora Sofia Cavedon e pelos Vereadores Adeli Sell e Professor Garcia, em votação nominal solicitada pela Vereadora Clênia Maranhão, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni e Carlos Todeschini e as Vereadoras Margarete Moraes, Neuza Canabarro e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Mario Fraga, Newton Braga Rosa e Professor Garcia. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 67, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/07, por sete votos SIM e dezessete votos NÃO, após ser encaminhada à votação pela Vereadora Sofia Cavedon e pelo Vereador Carlos Todeschini, em votação nominal solicitada pelo Vereador Professor Garcia, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini e Guilherme Barbosa e as Vereadoras Margarete Moraes, Neuza Canabarro e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Mario Fraga, Mauro Zacher, Newton Braga Rosa, Professor Garcia e Sebastião Melo. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 71, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/07, por oito votos SIM e dezenove votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto e Professor Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Mario Fraga, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Raul e Guilherme Barbosa e as Vereadoras Margarete Moraes e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Luiza, Mario Fraga, Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Professor Garcia e Sebastião Melo. Em continuidade, foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando que o Projeto de Lei do Executivo nº 033/07 (Processo nº 9138/07) seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Às dezoito horas e vinte e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Mario Fraga, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Maristela Meneghetti e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 7890/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 245/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Soldado Rodrigo da Rocha Klein o logradouro público cadastrado, conhecido como Travessa D Um Presídio, localizado no bairro Coronel Aparício Borges. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 8418/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 289/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Urubu-Rei o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 4032 – Vila Orfanotrófio I -, localizado no bairro Santa Tereza. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 8422/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 293/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que denomina Rua Saíra-Azul o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 1049 – Loteamento Voluntários da Pátria - , localizado no bairro Marcílio Dias. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Guilherme Barbosa  está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Pauta de hoje tem apenas três Projetos de Lei em 2ª Sessão, e é dominada a Pauta pela Verª Maria Luiza, para a denominação de três logradouros. Um deles é a Rua Soldado Rodrigo da Rocha Klein, e o outro Projeto me deixa preocupado: a Vereadora denomina um logradouro como Rua Urubu-Rei. Eu acho que ninguém quer morar na Rua Urubu-Rei, acho difícil que alguém queira morar numa rua com esse nome. Eu já fiz um apelo, quando em 1ª Sessão, à Vereadora, para que ela trocasse o nome, até disse: “Quem sabe Rua Condor?” Mas já há uma Rua Condor, e “O céu é do condor, como a praça é do povo”. Eu acho que nós temos que dar um jeitinho. Ela está fazendo uma série de denominações de logradouros referindo-se à fauna e à flora, mas acho que essa, a Rua Urubu-Rei, não vai sair bem, ninguém vai ficar contente. A outra denominação de logradouro é Rua Saíra-Azul. Ela está denominando três logradouros; vários outros ela já denominou.

Acho que a Vereadora está fazendo um bom trabalho, porque todas as ruas de Porto Alegre deveriam ser, sem dúvida nenhuma, nominadas e, principalmente, identificadas. Este ano - 2007 -, por Projeto de Lei de autoria deste Vereador, Projeto aprovado na Casa e sancionado pelo Prefeito, deveria ser um ano de identificação dos logradouros, mas não vi de parte do Executivo Municipal esse trabalho de identificar os logradouros, as nossas vias. Milhares de placas seriam necessárias. Quando assumi a Prefeitura, eu disse que o grande problema de Porto Alegre era o somatório de seus pequenos problemas. Posso dizer hoje, com toda a tranqüilidade, que o somatório da falta de placas nas ruas da Cidade é um enorme problema! E não é um problema que exija recursos extraordinários. Acho que deveríamos receber, de parte do Executivo, uma atenção toda especial.

Então fica aqui, mais uma vez, o meu apelo ao Executivo Municipal para que ele pelo menos inicie 2008 colocando algumas placas nas ruas da nossa Cidade, mostrando que, se não foi em 2007, será em 2008. Até acho que 2008 - o somatório de dois e oito dá dez - é um ano muito bom para a identificação dos logradouros. Como gosto muito do número oito, acho que o ano que vem vai ser melhor. Portanto, ficam aqui as minhas considerações, aplaudindo a Verª Maria Luiza pela sua preocupação com a denominação dos logradouros e a minha tristeza com a não-identificação dos logradouros por parte do Executivo Municipal, ainda que este seja o ano, segundo sanção do Prefeito, da identificação dos logradouros. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, senhores e senhoras, hoje temos somente três Projetos em Pauta em 2ª Sessão, os três tratam de nomes de ruas, e os três são da colega Vereadora Maria Luiza. Há dois desses Projetos que trazem para denominação nomes de aves, um deles denomina a Rua Urubu-Rei, e o outro denomina a Rua Saíra-Azul. Creio que são belos nomes em homenagem à nossa fauna, Verª Margarete Moraes.

Agora, quero pegar justamente a homenagem que a Verª Maria Luiza faz a espécies de aves da nossa fauna, Ver. Bernardino, para ensejar que em Porto Alegre,  como cidade ambiental que é - ou que já foi muito mais do que é hoje -, as nossas aves, inclusive as nativas, não passem a existir somente em nome de ruas. Nós estamos, Ver. Sebastião Melo - Vossa Excelência será o próximo Presidente da Casa -, fazendo a revisão de um Projeto que é o mais importante deste ano, que é a revisão e a adequação do Plano Diretor. Agora, vejam que não veio nada sobre o estudo de elaboração do patrimônio do ambiente natural - que deveria ser elaborado pela SMAM - onde  vivem esses animais. O Morro São Pedro, que V. Exª conhece muito bem, Ver. Sebastião, onde há famílias de primatas, é uma das regiões em que essas aves de rapina, no caso os urubus, ainda fazem os ninhos e se reproduzem. Portanto, no momento em que a Vereadora denomina ruas com nomes de aves, que são aves da Mata Atlântida, e nós temos ainda esses morros, que são testemunhos da vegetação de Mata Atlântida, abrigando esses animais - e a saíra é uma ave multicolorida e tem um gorjeio lindíssimo -, temos que, na política de elaboração da Cidade, defender no sentido de que essas aves não sejam só nomes de rua, permanecendo em placas e fotos, mas também que a permanência delas na convivência do nosso rural e do nosso urbano seja uma realidade.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Comassetto, eu gostaria de saber se V. Exª está de acordo com a denominação de um logradouro público com o nome de Urubu-Rei, eu gostaria imensamente de saber.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Estou de acordo, sim.

 

O Sr. João Antonio Dib: Está de acordo? Vossa Excelência gostaria de morar numa rua com esse nome?

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sim, até porque o urubu-rei é uma espécie de ave que tem a maior capacidade ecológica da Mata Atlântica, porque ela se alimenta de resíduos de outros animais que entram no ciclo da cadeia alimentar, não ficam, por si só, gerando a poluição que há na Cidade. Inclusive, quero lhe dizer mais, Ver. João Antonio Dib: na região onde moro, na estrada onde moro, que é a Estrada Três Meninas, os urubus têm cumprido um papel fundamental na política urbana. Política essa que o Município deveria cumprir retirando, Ver. Garcia, os cavalos e os cachorros mortos que são depositados diariamente na Estrada Três Meninas, animais que o DMLU não retira; quem faz esse trabalho de limpeza da Cidade são os urubus.

Portanto, Ver. João Antonio Dib, é muito louvável que os urubus, que estão fazendo o serviço de limpeza urbana que o DMLU deveria fazer, recebam homenagem com nome de rua na cidade de Porto Alegre. E a Verª Maria Luiza, além de trazer o nome das nossas aves da Mata Atlântica, está trazendo para a discussão um outro papel que essa ave muito nobre cumpre na cidade de Porto Alegre neste momento, que é o de se alimentar dos animais mortos que são depositados nas estradas de Porto Alegre, entre elas a Estrada Três Meninas. Se quiserem, hoje passem por lá para ver a quantidade de cavalos e cachorros mortos que estão depositados na Estrada Três Meninas há mais de meses, e o DMLU não os recolhem. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Vereador.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, uma das melhores partes da tarde que se passa na Câmara, nos debates é a Pauta. Eu queria, durante a Pauta, falar de uma figura maravilhosa da música popular brasileira. Essa figura se chama Antonio Carlos Brasileiro Jobim - Tom Jobim -, um dos maiores gênios que o Brasil produziu em matéria de música, ele fez verdadeiras obras-primas. Quando nós choramos a sua perda, a perda desse grande músico - não só a de um grande músico -, nós choramos a perda de um dos maiores ambientalistas da história do Brasil. Assim como vemos uma cultura universal em Oscar Niemeyer, Tom Jobim tinha também  uma cultura universal  e foi  um  dos maiores ambientalistas. Um dos discos mais desconhecidos, mais premiados no mundo inteiro foi o de Tom Jobim, cujo título é Urubu.

Ele é a maior autoridade nesse assunto, e o urubu que ele homenageia é o chamado de jereba; não é o urubu-rei, ele diz isso no texto do seu long-playing. E o jereba, o urubu organizador da sua tribo, tem hierarquia, tem organização e um papel fundamental no meio ambiente. O ser humano, quando morre, tem dois destinos: ou é cremado, ou é enterrado. E leva, muitas vezes, Ver. Guilherme, um ano mais ou menos - por isso o luto antigo era de um ano - para desaparecer o ser humano, e ficam só os restos de ossos. Esse urubu faz um trabalho monumental no meio ambiente, porque, se os animais mortos e os seres humanos mortos não são enterrados, são consumidos na cadeia zoológica por essas aves, que desempenham um papel fantástico. Pode-se falar mal da feiúra do urubu, mas não da sua organização, não da sua importância na cadeia biológica e muito menos do seu nome, que está numa das músicas, talvez, mais bonitas produzidas por Tom Jobim: Urubu. E o urubu dele não é o rei, mas é o jereba; este talvez seja o detalhe da cultura mais importante. Alguém vai perguntar um dia: “Por que moro na Rua Urubu-Rei?” E o pai do menino vai dar uma orientação fantástica sobre o significado dessa ave na formação da cadeia biológica; disso Darwin já se ocupou, talvez essa seja uma forma de divulgação cultural.

Este que fala na tribuna é um Vereador que quis dar o nome das constelações a ruas de Porto Alegre, mas foi chacinado, não conseguiu pelo preconceito, por causa do som, ou das letras, ou por preconceito com os animais, ou com a arte milenar de cinco mil anos. O nome dessas constelações foi queimado aqui, neste Plenário! Por isso quero cumprimentar a Verª Maria Luiza pelo brilho e pela importância cultural que é dar nome de rua e um dia as pessoas quererem se ilustrar, saber o que significa aquilo. A nossa flora e a nossa fauna são tão ricas, tão encantadoras no seu equilíbrio e nos mostram que a Vereadora não só está no caminho certo, mas que teve um momento muito feliz. Acho raro que tenhamos essa beleza da nossa fauna e flora disseminadas e perenizadas na cabeça das pessoas que moram na nossa Cidade. Que coisa boa! Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Sebastião Melo  está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, venho a esta tribuna para dialogar com a Casa a respeito da manifestação dos carroceiros que ocorreu ontem no Centro da Cidade. Na nossa avaliação, essa matéria já foi longe demais, os Governos têm sido lenientes com essa matéria. Porto Alegre, na questão do lixo, tem muito a avançar. Primeiro, nós separamos muito pouco lixo nesta Cidade, e esse é um processo que temos que enfrentar através da educação, seja na escola, seja nos meios de comunicação, seja na sociedade civil organizada no seu todo. Segundo, não é razoável, Ver. João Dib, que, das 200 toneladas de lixo reciclável que esta Cidade produz diariamente, 60 toneladas sejam recolhidas pelo Poder Público e 140 toneladas pelos carrinheiros e carroceiros. No entanto, o Erário cobra, através da taxa de lixo, o recolhimento do lixo.

Nós achamos que essa matéria não pode ser tratada por decreto ou de forma autoritária. O certo é que o Executivo Municipal tem que tomar uma atitude para a redução gradativa das carroças na Cidade, e não o contrário, como querem fazer, Ver. Bernardino, dizendo: “Além de permitirmos que os carroceiros coletem o lixo, nós vamos pagar um subsídio de 240 reais por mês e destacar determinadas regiões para que somente eles retirem o lixo”. Isso não é razoável, Ver. Sebenelo, isso não está correto. É evidente que ninguém, de sã consciência, vai perguntar: “O que vamos fazer com os carroceiros?” Porque a questão não é só a carroça. Se nós temos cinco, quatro, três ou oito, a primeira atitude, na minha avaliação, é fazer um cadastramento social. A segunda é não permitir o emplacamento de nenhuma carroça a mais a partir do cadastramento social, é trabalhar em vários eixos a transposição e a inclusão dos carroceiros na linha da dignidade humana. Se ganham 400, 300 ou 600 reais, a Prefeitura tem que ter a capacidade, ao transpor 500 carroceiros para os galpões de reciclagem... Hoje são 14, mas são 14 galpões com 60 toneladas, poderão ser 20 ou 30, se houver 200 toneladas, ou podem continuar com os 14, mas tendo muito mais gente incluída nesses galpões de reciclagem. Esta Cidade precisa ter uma central de recolhimento de lixo, para que esses galpões que são de difícil acesso para venda do que resultou da separação possam distribuir com maior valor agregado.

Por isso eu quero aqui dizer com toda a tranqüilidade: sei que no Governo tem uma bela corrente que pensa exatamente assim, mas também tem uma outra corrente que pensa diferente, que acha que nós temos de voltar a estimular e a subsidiar a carroça. Eu acho que estão profundamente equivocados - respeito quem pensa diferente -, mas esta Cidade não pode continuar assim. Nós estivemos em Caxias do Sul - eu, o Ver. Adeli e o Ver. Braz -, ela é a primeira cidade brasileira a conteinizar. E aqui quero fazer uma mea-culpa, porque, quando o Dutra, no final do Governo Verle, tentou fazer uma licitação, eu entendi que aquele momento não era oportuno, Verª Margarete. Não discuti o mérito, discuti a oportunidade. Mas vejo Caxias do Sul hoje, com 240 quadras, em que as pessoas não precisam ter horário para colocar lixo, podem colocar o lixo às seis da manhã, às duas da manhã, às três da tarde; elas andam 60 metros, 100 metros e colocam o lixo seco num contêiner e o lixo orgânico em outro. Nós precisamos evoluir, não podemos recuar, e espero que a gestão pública municipal caminhe olhando para frente, respeitando os carroceiros, trabalhando a sua dignidade, a sua transposição, mas que possa evoluir. É isso que nós esperamos. Agradecemos, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Sebastião Melo.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta dos trabalhos da Câmara de Vereadores de hoje, Verª Maristela Meneghetti; nobres Vereadoras, Vereadores, na Pauta de hoje há únicos três Projetos de nomes de rua de autoria de um único Vereador. Mas, antes de entrar no mérito da concessão de nome de rua, algo que acho extremamente justo, quero deixar aqui colocado que na nossa Cidade não faltam só placas denominando ruas, falta também a numeração dos prédios de Porto Alegre para quem transita; principalmente à noite é difícil se ver em que numeração se está.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. José Ismael Heinen, a numeração dos prédios não está como preceitua a lei,  portanto não é falta de legislação, o nosso problema sempre é a falta de respeito à legislação e a falta de fiscalização.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exatamente, estou trazendo um problema da nossa Cidade, daquele que precisa achar um endereço, saber por onde é que anda.

Quero dar os parabéns à colega Verª Maria Luiza por ela também se preocupar em denominar ruas com nomes de heróis, heróis até para a Pátria brasileira, muitas vezes heróis anônimos, que são escalados, são levados além-mar para defender políticas nacionais e principalmente defender a paz. O soldado Rodrigo da Rocha Klein, por quem fizemos um minuto de silêncio, estava representando a Força de Paz do Brasil no estrangeiro. Nós, que somos irmãos de farda, de caserna, sabemos o quanto é traumatizante para a família ver um filho se engajar num juramento eterno de amor à Pátria, se preciso com o sacrifico da própria vida; mais triste deve ser para uma mãe e um pai receberem em troca desse cumprimento, dessa obrigação de uma lei nacional, em vez do filho, um caixão, como esse que perambulou por 14 dias, 15 dias mundo afora para chegar ao Brasil e ser levado a São Luís Gonzaga para ser enterrado. Só nos Estados Unidos ficou dois dias.

Quero louvar a atitude da colega Maria Luiza porque, se temos que ter nomes de rua, temos que também valorizar os nomes de rua da nossa Capital, de todas nossas cidades, temos que os colocar como ponto de referência não só para correspondência, mas principalmente para os transeuntes. Então, esse é um nome de rua que merece o nosso apoio, um apoio emotivo; até peço que os senhores me desculpem...

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ismael, gostaria de saber se V. Exª concorda também com o nome de Rua Urubu-Rei?

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Olha, é uma discussão que estou vendo com muito interesse aqui na Câmara, nobre Ver. Dib. Eu tenho respeito por essa ave também, porque ela faz parte do nosso ecossistema...

 

O Sr. João Antonio Dib: Pela ave, sim, mas o senhor gostaria de morar numa rua que se chamasse Urubu-Rei?

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Eu não teria problema nenhum; para ter a referência da minha residência, eu não teria. Mas respeito os que pensam diferente. Tenho certeza de que todos os moradores hoje, pela cultura existente, a cultura média da nossa Cidade... Se fizessem uma consulta àqueles moradores, eu não sei se passaria, talvez por falta de cultura, por falta de informações. Pelas informações que tenho, eu não teria problema nenhum. Ver. Antonio Dib, é uma ave que faz parte, não temos nada contra ela, é um nome marcante, todo o mundo vai saber, nunca vai esquecer o nome dessa rua, eu tenho certeza; nomes muito importantes de Porto Alegre, com personagens importantes, o pessoal esquece, mas essa eu tenho certeza de que não esquecerá, os moradores estarão muito bem servidos com esse ponto de referência. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,  apesar do meu sorriso, é algo muito sério, porque o Ver. Ismael disse que talvez seja uma questão de cultura do povo. Então, talvez a gente aprenda alguma coisa nesta Casa, Ver. Dib. O nome científico, desculpe-me, deve ter origem - está aqui no processo - na palavra “sarcófago”, a qual se origina do grego “sarcópagos”, que significa “comedor de carne, ou carnívoro, ou carniça”. Eu vou prestar um serviço a esta Cidade. Como o logradouro é cadastrado... Para mim não importa se é Urubu-Rei ou “Urubu-Plebeu”, importa é saber se os moradores, mesmo sendo obrigados, querem esse nome na rua deles. Então, como legisladora e fiscalizadora - estou eleita também para isto -, vou lá nessa rua. A Verª Maria Luiza, com todo o respeito, é um problema dela, o mérito não é dela... Agora, enquanto moradora desta Cidade, eu quero perguntar aos moradores se eles querem que eu vote a favor. Como é que vou votar, se não sei se eles querem o Urubu no nome da sua rua?

 

A Srª Margarete Moraes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vereadora, obrigada pelo aparte. Eu concordo com a senhora, acho que a Verª Maria Luiza foi muito feliz com os outros nomes, poéticos, mas, nesse caso, é uma exceção. Embora todos saibamos que o urubu limpa o meio ambiente, que é importante na natureza, ela não foi feliz com essa idéia. Também gostaria de pedir que a Vereadora retirasse esse nome e colocasse o nome de outro pássaro ou de uma planta também importantes. Obrigada.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigado, Verª Maristela. Eu não teria nenhum problema se a minha rua tivesse esse nome, porque essa ave tem um papel fundamental na natureza. O que está no fundo é o que V. Exª estava dizendo antes: a Verª Maria Luiza consultou a comunidade? Eu tenho a informação de que não o fez, assim como em outras tantas ruas. Este é o problema: colocar qualquer nome, que seja o nome de uma pessoa, de uma árvore, sem consultar a comunidade; aí está o problema.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Vereador, eu acho que nós temos que mudar essa legislação. Mesmo estando cadastrados, nós temos a obrigação de perguntar aos moradores. Nós não somos a suprema corte para definir a vida das pessoas, inclusive sendo chacota desta Cidade. Por mais culta que uma pessoa seja nesta Casa, eu quero passar pelo crivo daqueles moradores. Gostaria de saber se as pessoas que estão lá querem esse nome. Por exemplo, o nome da minha rua é Borba Gato, nós estamos mudando, porque a maioria dos moradores daquela rua - e são necessários dois terços, mais a UAMPA acompanhando, não é Verª  Neuza? - não quer lá o nome de um ex-bandeirante, um explorador de pedras preciosas, um assassino de índio, é um direito deles querer mudar.

Agora, simplesmente, porque não é obrigatório nesta Casa ter a consulta... Não vou votar num nome de rua que eu não sei se os moradores querem, principalmente com um nome desse. Eu não gostaria de morar nessa rua, desculpem-me a minha ignorância e a minha falta de cultura por não adorar um urubu. Eu não gosto de carniça, nunca gostei, esse é o meu conceito. Então, vamos respeitar, eu quero saber se a população pensa como eu ou não. Se a população discordar do que penso, eu voto no urubu-rei, para eles botarem esse nome na rua deles. Fora isso, vou votar contra. Vou fazer uma consulta à comunidade. Obrigada, Presidenta.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Maffei): Encerramos o período de Pauta com o pronunciamento da Verª Maristela Maffei.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder. 

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta, nobres colegas Vereadores e Vereadoras, hoje é um dia de suma importância para a Nação brasileira, pois está em jogo a manutenção desta altíssima carga tributária. Para mim, a mais alta do mundo, se levarmos em conta a contrapartida dos serviços que a população recebe por essa carga. A não-aprovação da CPMF faz com que a carga tributária baixe em 1,5%. O que nos estarrece é a voracidade do Governo Federal, porque ele sabia, há dois anos, que 30 de dezembro de 2007 seria o término dessa carga provisória de impostos para o Brasil. Carga esta não-compartilhada com os Municípios e Estados, que hoje são órfãos. Hoje existe uma pessoa com a chave do cofre, e o restante são mendigos da sorte no nosso Brasil, pessoas que, se não tiverem o beneplácito por se aliar aos projetos do Governo Federal, ficam a “ver navios”.

Eu falei na segunda-feira e hoje volto a trazer este assunto: o Presidente da República está empenhadíssimo nessa briga não pela CPMF, mas pela DRU, Desvinculação da Receita da União, de 20%. Meus amigos, com essa corrupção solta neste País - a cada dia explode em cada canto uma coisa mais feia do que a outra -, 20% da Receita Federal serão jogados para o ar sem que o Governo precise prestar contas, dizer onde vai aplicar, quanto vai aplicar e por que vai aplicar. Isso é o mais triste de tudo!

Segundo os jornais, há superfaturamento nas BRs do Brasil: 550% de superfaturamento nas rodovias federais do Brasil. É por isso que eu não posso largar mão da CPMF. Os indiozinhos lá de Mato Grosso do Sul que morriam de fome... Está comprovado em sindicância que só chegava 5% do que era destinado aos índios de Mato Grosso do Sul, 95% se perdia até chegar ao seu objetivo final. Com referência aos “aloprados”, até hoje a Justiça Federal não conseguiu localizar de onde veio aquela montanha de dinheiro, de onde veio e para onde foi.

Este é o País que quer arrecadar imposto e mais imposto em troca da dignidade do seu povo, dignidade de ser tratado igual; num republicanismo, todos teriam o mesmo direito, as Prefeituras, os Governadores, os Estados. Não, hoje temos um “Deus todo-poderoso” amealhando certos pontos democráticos, e, se não concordarem com ele, é xingado, é chamado de demônio, é chamado de sonegador, enquanto que ele é o sonegador número um oficializado deste País. Há uma medida provisória que diz que eles e outros companheiros não precisam descontar Imposto de Renda nem ISS dos seus vencimentos; uma malfadada lei que ampara um grupo de brasileiros, que são os anistiados. Toda essa briga da CPMF é para que haja dinheiro para poder irrigar, para poder comprar consciências, comprar votos. O nosso País é lindo e maravilhoso, mas, tenho a certeza, está muito entristecido por tudo o que está acontecendo sob a batuta do Sr. Lula.

Como Democrata, quero hoje dizer que, se conseguimos levar esse debate da CPMF até este momento sem nos dobrarmos, alguma coisa já ajudamos, ajudamos alguns Estados a ganharem, alguns Municípios a ganharem. Parece-me que o Sr. Lula  arriou de vez, diz que vai tudo para a Saúde se o PSDB se juntar ao Governo e aprovar a CPMF. Se for tudo para a Saúde, batemos palmas e temos parte nessa vitória. Obrigado, Srª Presidente e Srs. Vereadores.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; o Ver. Brasinha acabou de me perguntar se eu moro na Rua Urubu, e eu disse que moro na Praça das Nações Unidas; um nome muito bonito, faz uma homenagem às Nações Unidas, faz uma homenagem à paz.

Mas, neste tempo de Comunicação de Líder, quero me referir ao blog da jornalista Rosane Oliveira, portanto um blog altamente insuspeito, ela é jornalista do jornal Zero Hora. (Lê.) “Nunca antes neste País. No balanço anual...” Não são dados da CUT, não são de outros institutos de pesquisa, são da Federasul. Continuo (Lê.): “No balanço anual está a resposta para a popularidade do Presidente Lula, detectada pelos institutos de Pesquisas. Primeiro” - eu queria que o Ver. Ismael me ouvisse - “o salário mínimo de R$ 374,70 tem o maior valor real desde 1964. No ano do golpe militar, o mínimo valia o equivalente a R$ 392,10. Ainda era mais alto, mas nunca esteve tão próximo. Segundo: o índice de redução da pobreza não tem precedentes. Em 1995, 28,8% dos brasileiros viviam em situação de pobreza. Hoje esse índice” - eu acho que ainda é alto - “baixou para 19,3%”. Aí também vai o dinheiro da CPMF, porque os recursos para o social dizem respeito à Saúde também. “Terceiro: embora continue alto, o juro real caiu de 13%, na metade de 2005, para 6,8% em setembro.” Devem continuar caindo, mas foi um grande avanço. “O crédito saiu de 24% do Produto Interno Bruto em 2004 para 34% neste ano, em 2008 a perspectiva é de que chegue a 38%.”

E o Ver. Ismael fala em corrupção. A corrupção, infelizmente, sempre existiu neste País, só que na época da ditadura era escondida, e ela nunca foi tão desbaratada e tão publicizada como neste Governo. Nunca a Polícia Federal agiu com tanta isenção, porque agora não coloca algemas apenas nos pobres, nos marginais, nos negros da periferia; agora não coloca só naquele “aviãozinho” da favela que vende drogas, são os grandes barões do tráfico que foram presos no Brasil. Agora coloca algemas nos “colarinhos brancos”, não é? Personalidades da alta política. E, nós, como disse o Ver. Guilherme Barbosa, queremos que se vá a fundo, pois não interessa a fotografia ou a carteira de identidade ideológica, a lei deve valer para todos.

Nós queremos dizer que o Presidente Lula veio ao Rio Grande do Sul - nós estivemos lá na FIERGS - com todo o seu staff de Ministros e com os Deputados Federais de todos os Partidos, veio aqui anunciar o valor de mais de 1,5 bilhão de reais para obras de saneamento do Rio Grande do Sul, para a habitação popular, para o saneamento, para a infra-estrutura, considerando que o Governo do Estado é do PSDB. Quando eu era Secretária da Cultura, fiz vários Projetos para o Ministério da Cultura, mas nunca levei um centavo, e nenhum órgão da Prefeitura Municipal de Porto Alegre teve dinheiro do Governo Federal. E o Governo de Porto Alegre vai receber 300 milhões de reais também para essas obras e diz respeito também à Vila Dique e a tantas outras aqui em Porto Alegre. Então, eu acredito que o Ver. José Ismael Heinen é absolutamente injusto, ele se usa de dados que não são certos. Nunca foi tão bem; acho que tem que fazer muito mais, mas nunca o Brasil esteve numa situação dessas.

Outro dado da Federasul: as vendas de carros e motos cresceram 22,9% no Brasil neste ano; 21,6% no Rio Grande do Sul. Eu acho engraçado que, em vez de ser bom, essa é a única justificativa que a Prefeitura de Porto Alegre tem para esse trânsito tão trancado, tão parado. As pessoas têm mais poder aquisitivo, compram mais carros, é como se a Prefeitura não tivesse obrigação de buscar soluções para os problemas da Cidade, inclusive viários. Eu lembro do Prefeito Raul Pont, que abriu aquelas pontes lá na Av. Ipiranga, desobstruindo o trânsito, pois estava obstruído também. O Prefeito Tarso Genro ofereceu as rotas alternativas. Cabe à Prefeitura pensar, propor e executar soluções para os problemas.

Obrigada, Verª Maristela Meneghetti. Eu falei em nome do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores. Agradeço ao Ver. Adeli Sell e quero citar a presença do Ver. Guilherme Barbosa, que me ouviu com muita atenção.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero dizer à Verª Margarete Moraes que concordo em parte com os números por ela apresentados, mas não em relação à miséria. A miséria neste País aumentou. Nós vemos isso nas ruas da nossa Cidade, nós vemos nos nossos gabinetes, em relação às pessoas com quem falamos.

Mas eu gostaria de falar também nas carroças. Eu fui Prefeito desta Cidade, fui Secretário de Transporte por duas vezes, e uma coisa que sempre preocupou a cidade de Porto Alegre foi a movimentação das carroças. Tanto no antigo Detran como na SMT, as carroças eram limitadas em Porto Alegre, nós não permitíamos que circulassem na área central e não tínhamos mais do que trezentas carroças na nossa Cidade. Agora, nós temos sete ou oito mil carroças circulando. Agora eles estão exigentes, agora eles conseguem audiência com o Prefeito, porque fazem “carroçatas”! Já teve um candidato a Vereador que fez uma “carroçata”. Eu li, um dia, no Informe Especial do Jornal do Comércio que, algum dia, fariam uma “carroçata”. Não, já fez um Vereador, e ele não foi bem-sucedido com a sua “carroçata”.

Mas os Prefeitos dos 16 anos inflaram o número de carroças, estimularam o aumento do número de carroças, deixaram circular por toda a Cidade! E mais ainda: deixaram eles não só fazer a coleta seletiva do lixo, mas também coletar lixo orgânico para a alimentação de porcos! Daquela tribuna, reiteradas vezes, eu chamei a atenção do Prefeito Tarso Genro de que, na esquina da Rua Uruguai com a José Montaury, todas as tardes, paravam duas carroças para coletar lixo orgânico, que deixava aquele chorume, aquela parte líquida escorrendo na rua, enquanto eles vinham buscar mais e mais lixo dos restaurantes. Eu dizia até que, para que aquelas duas carroças ali chegassem, tinham de passar pelo Gabinete do Prefeito, tinham de circundar a Prefeitura, não tinha outro jeito! E não eram impedidas por ninguém. Naquele tempo havia, no porão da Prefeitura - hoje muito bem recuperado, muito bem apresentável -, um setor de Departamento de Limpeza Urbana, mas as carroças faziam a coleta de lixo orgânico para a alimentação de porcos, o que era proibido por lei, mas era permitido pela Prefeitura.

E mais: o Prefeito Raul Pont deu uma entrevista ao Jornal Le Monde, jornal francês, e disse que a coleta de lixo seletiva em Porto Alegre só se tornou viável pela presença dos carroceiros. Foi a declaração da falência. Hoje o PT fala muito mal do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, mas quem declarou a falência do Departamento Municipal de Limpeza Urbana foi o Prefeito Raul Pont, quando disse que a coleta seletiva de lixo se devia ao trabalho dos carroceiros. É por isso que esta Cidade é a capital mundial das carroças! Dezenas de vezes eu fui àquela tribuna e pedi: “Parem de aumentar o número de carroças nesta Cidade”! É a única cidade do mundo, no mundo todo - podem buscar para ver se isso acontece, uma capital de Estado do porte de Porto Alegre, respeitada no mundo inteiro -, em que o número de carroças aumentou, e aumentou de forma geométrica, de forma impressionante, porque os Prefeitos dos 16 anos permitiram, mais do que permitiram, eles estimularam o uso das carroças, as mesmas carroças que, há pouco tempo, liquidaram com a Fonte Talavera. Os carroceiros subiram na fonte e a quebraram. A Fonte era uma tradição de Porto Alegre, foi tombada por interesse histórico, foi trazida pelos espanhóis na Semana Farroupilha em 1935.

Ontem fizeram um espetáculo nesta Cidade, desde a Ponte do Guaíba até Porto Alegre... E nós estamos aqui cuidando das carroças. Nós temos uma Comissão para tratar desse problema, prevê-se que em oito anos se extingam as carroças. Eu acho que nós temos até que diminuir esse tempo, acho que é um problema social. É sim; não fomos nós que o criamos, mas somos nós que temos que o solucionar, diminuindo paulatinamente esse tipo de transporte, tornando Porto Alegre uma Cidade viável, habitável. Que o nosso trânsito, que já está tumultuado, pois nós não temos um plano viário para a Cidade, passe a ser feito de forma mais ordenada, mais tranqüila, que não se vejam as carroças circulando na contramão com a maior tranqüilidade e os carroceiros abrindo sacos de lixo e deixando lixo nas calçadas. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Verª Maristela Meneghetti, Vice-Presidente da Casa, presidindo esta Sessão; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, público presente nas galerias, em especial a Srª Carmem Padilha, Presidente do Simpa, seja sempre bem-vinda a esta Casa, pois esta Casa é do povo e, principalmente, dos municipários. Quero saudar também o Pipa Germano, que está entre nós aqui, ele já foi Prefeito de Cachoeira, já nos recebeu lá, e o Dr. Alexandre, que nos faz uma visita.

Neste momento, falo pela Liderança da PDT sobre alguns assuntos da Cidade. Quero dizer que sou da Cidade que existe: aqui nós temos duas cidades, a que existe e a que não existe; a minha é a que existe. Mas antes de falar da Cidade quero dar os parabéns ao nosso Ver. Brasinha pelos 24 anos do título do Grêmio de Campeão do Mundo. Nós ensinamos os caminhos, e eles também chegaram lá, merecidamente; parabéns, pois, também ao Internacional. Nós temos aqui dois times campeões do mundo!

Falo para alguns Vereadores da oposição que dizem que a Cidade não existe: hoje nós temos aqui o convite de reinauguração do Museu Joaquim Felizardo. Graças a Deus, não é, Verª Margarete, que tanto cuida da nossa Cultura na Cidade? Nós do Governo Fogaça e eu, exercendo a Vice-Liderança, nos orgulhamos de reabrir, agora, no dia 17 de dezembro, às 19h30min, o Museu Joaquim Felizardo. Também faço questão de falar disso com orgulho, Ver. João Dib, porque conheci o Joaquim Felizardo. Era uma pessoa da nossa região que adorava o futebol, como eu adoro, o futebol de várzea, o futebol amador,  e tenho o privilégio de ser amigo do seu filho, o Joaquim, que hoje trabalha com o nosso amigo Deputado Cassiá Carpes. É mais  uma realização, Ver. João Antonio Dib,  em especial nesta semana, quando disseram que a Secretaria da Cultura não existe. (Mostra convite.) Então aqui está: dia 17, reinauguração, temos aqui as fotos do Museu já restaurado. Os nossos parabéns ao Sergius Gonzaga, a Maria Tereza Longhi, Diretora do Museu, parabéns pelo trabalho feito a quatro mãos. Desejamos vida muito longa ao Museu Joaquim Felizardo, que é da Secretaria da Cultura, que aqui falaram que não existe, Ver. João Antonio Dib.

Ontem havia milhares de pessoas na inauguração da árvore de Natal. É uma coisa  simples? Com certeza, Ver. Brasinha. Nós estamos no espírito do Natal, e nada melhor do que uma árvore de Natal iluminada! Tenho certeza de que, no próximo sábado e domingo e no final de semana anterior ao Natal, essa árvore trará muitas alegrias às famílias que vivem e convivem no entorno do Gasômetro. Parabéns ao Diretor do Centro Cultural Usina do Gasômetro, o Caco Coelho, que fez a festa ontem e que vai continuar fazendo-a até o fim do ano.

Também, Ver. João Antonio Dib, quero dar uma palavrinha sobre as carroças. Não tenho uma opinião formada ainda, Ver. Brasinha, sobre as carroças, mas acredito que, se os carroceiros não estivessem trabalhando na retirada do lixo, Ver. Dr. Goulart, não sei como seria, porque a gente vê tanta carroça... Às vezes, elas atrapalham o trânsito, mas  ajudam a Cidade. Não tenho uma opinião formada se devem ou não continuar nas ruas, mas que elas ajudam a manter limpa alguma parte da nossa Cidade, elas ajudam.

E, com relação ao DMLU, cujo Diretor é o Dr. Mário Moncks, para a nossa satisfação não temos mais recebido reclamação, graças a Deus parece que agora os novos motoristas da empresa já conhecem bem o seu trajeto, já estão fazendo uma coleta normal na Cidade, em especial na nossa região, o Extremo Sul, que está bem. A EPTC também está trabalhando, sinalizando as avenidas da nossa região, de todo o Extremo Sul e na Zona Sul - na Av. Wenceslau Escobar, Av. Eduardo Prado, Av. Cel. Marcos -, para evitar os acidentes de final de ano, para que não aconteça nenhuma tragédia na nossa Cidade.

Então, a nossa Cidade continua existindo, Ver. Brasinha. É a Secretaria da Cultura fazendo eventos no final do ano, contamos com a EPTC e o DMLU, e a Secretaria de Esportes está montando o carnaval com a Escola Renascer da Esperança. Fui ver o ensaio, e já há mais de duas mil crianças inscritas; se Deus quiser, sairá a Escola de Samba Renascer da Esperança, da Secretaria de Esportes, do Secretário João Bosco Vaz, com mais de três mil crianças na avenida. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, a Zero Hora de hoje, na página 54, Ver. Brasinha, sob o título de “Impugnação de Conselheiros”, abre debate sobre as eleições. Nós achamos que um dos piores indicadores da postura da cidade de Porto Alegre em relação às nossas crianças foram os dois últimos processos eleitorais de escolha de conselheiros tutelares. São doze os conselheiros impugnados através do Diário Oficial. Evidentemente, há algumas Bancadas aqui que nem tocam nesse assunto, porque tem um parente que é conselheiro, tem outro que foi indicado pelo outro Partido... Então eu gostaria de trazer esse assunto à baila novamente, no sentido de que essa intervenção do Ministério Público, desgraçadamente, foi apenas em relação a doze Conselheiros. Tinha que ser anulada a eleição! A nulidade dessa eleição é um clamor de toda cidade de Porto Alegre, com exceção dos conselheiros tutelares, porque foram resolvidos, com isso, os problemas dos Partidos que financiaram, vergonhosamente, essa eleição. Foram resolvidos problemas de políticos que, mesmo sendo proibido, foram industriar aqueles conselheiros tutelares para uma “boquinha” mensal. Foram satisfeitos os conselheiros tutelares que se elegeram e os suplentes, que estavam para abocanhar, se o titular fosse cassado.

Debateu-se  na Casa, ontem, exatamente isso, só que não foi citada uma vez a palavra criança! A metodologia da criança não foi debatida nessa eleição! O tratamento da criança na cidade de Porto Alegre foi feito exclusivamente visando aos interesses desses três atores que prostituíram, que abastardaram, que simplesmente minificaram o processo eleitoral. Precisamos mudar, isso passa nesta Casa, e a nossa luta vai ser essa. Nós queremos concurso público, prova de seleção com curso superior, para as nossas crianças. Nós queremos o melhor para as nossas crianças, chega de se fazer nesta Cidade o elogio à ignorância de pessoas despreparadas, de pessoas industriadas, de pessoas contaminadas ideologicamente por Partidos. E aí então está assegurada para os  candidatos das próximas eleições essa estratégia de apoio eleitoral: cabos eleitorais que são os conselheiros tutelares. Gente que tem que ter diploma correlato, isto é, que se preocupe com a criança e não faça disso um ganho secundário dos interesses pessoais, políticos e partidários. Essa é uma contaminação horrível, é apenas um indicador de como se trata mal a criança na cidade de Porto Alegre.

Quero dizer que o Prefeito Fogaça inaugurou mais nove creches este ano. Precisa muito mais, a gente sabe, até o fim do ano de 2008 serão construídas mais dezenove creches.

Mas essa é a forma, esse é o futuro desgraçado desta Cidade em relação às nossas crianças. E depois eles ainda querem falar de segurança, quando a Cidade já está fabricando os nossos marginais tratando as crianças desse jeito; são futuros marginais. Depois, arvoram-se, fazem um ar inteligente e querem dizer que entendem de segurança. A prevenção na segurança se faz no tratamento da criança, na creche, em todas as suas circunstâncias, especialmente na Educação Infantil. Jamais se faz na outra ponta, quando a solução única é a prisão, é a FEBEM ou é a morte. É isso que nós queremos evitar. Aqui tem um S.O.S, um brado, um clamor e, principalmente, nesse clamor, há o choro de uma criança.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, hoje de manhã nós tivemos nesta Casa uma Audiência Pública da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, e o tema, Ver. Claudio Sebenelo, era exatamente esse, e sentimos a sua falta.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Claudio Sebenelo.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Gostaria, Srª Presidenta, que V. Exª descontasse do meu tempo. Quero dizer que o Ver. Sebenelo estava trabalhando na Casa, num tema seu, não entendo por que o Vereador está brigando comigo. Vou esperar que ele se acalme. Srª Presidenta, V. Exª pode garantir o meu tempo?

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Por favor, eu encareço... Prossiga, Vereadora.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada pela tolerância, Srª Presidenta.

Ver. Sebenelo, com todo respeito, eu quero dizer que o senhor tem uma contribuição muito rica para dar sobre esse tema. Em alguns temas eu concordo com o senhor, mas, em tantos outros, democraticamente eu não concordo. Por exemplo, uma questão que nós temos que desmistificar sobre o ECA é que a coisa mais pejorativa e mais ignorante que existe é tratar o ECA como se tratasse do Código do Menor. Parece que o ECA só trata das crianças empobrecidas. O Código do Menor era bem assim: o filho do rico e da classe média, quando atingia alguma coisa, era tratado numa clínica, e para o filho do pobre havia a Delegacia do Menor. O ECA não é para isso, o ECA é para todas as classes sociais! Porque os que têm o poder aquisitivo são a minoria, e camuflam. Aliás, quando é o empobrecido, a primeira coisa que se faz nesta Casa é falar na redução da idade penal. Porque daí é o pobre, o marginal, como bem disse o Vereador aqui: estamos criando uma indústria de marginais. Agora, quando é o rico, precisamos de doutores para cuidá-los. Se doutores, neste País, resolvessem o nosso problema, nós não teríamos mais problemas, apesar da sua importância. Então, eu quero dizer que o senhor...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Claudio Sebenelo.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Ver. Sebenelo, é momento de Comunicação de Líder, não sendo permitidos apartes.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada, Srª Presidenta. Volto à questão do conteúdo que nós abordamos hoje pela manhã, vários temas relevantes foram discutidos. Nós tivemos o CMDCA, o Ministério Público, o DECA, a Prefeitura, o nosso Legislativo  discutindo uma problemática que foi compromisso anterior à eleição, Verª Neuza Canabarro.  Entre as questões discutidas - propostas trazidas, Presidenta -, está o voto individual, a inscrição no local, aquele que conheça a realidade da região, conheça as instituições. Que não apenas aqueles candidatos ou conselheiros que infringiram a lei sejam punidos, também aquela instituição que avalizou, porque ela está sendo cúmplice nesse problema. A outra questão é a falta de fiscalização, a falta de comprometimento, a falta de divulgação pelo Executivo Municipal - ele não fez a divulgação necessária -, a desmistificação do ECA, justamente esse tema que foi colocado aqui; a questão do voto distrital ou não.

As pessoas vêm aqui falar e parece que a gente não... Eu tenho o meu Partido, eu tenho a minha filosofia religiosa, eu tenho a minha orientação de vida, cada pessoa tem, todos os que sobem a esta tribuna, como hoje, têm Partido, têm visão, aqui não tem weberiano, esse negócio de ficar olhando por cima e os outros não valem, os outros não têm opinião, “a minha é que vale”, isso não existe. Aqui existe o contraditório, isto aqui não é uma corregedoria, não; aqui nós temos que saber ouvir e respeitar, mesmo que a gente divirja, e não é esse o problema.

Nós encaminhamos, Srª Presidenta - e vamos entregar à Presidência desta Casa -, no sentido de que permaneça uma comissão especial junto com o Executivo, junto com o Judiciário, para que o Executivo traga novamente a esta Casa um Projeto de Lei - foi um compromisso assumido. Nós não tivemos tempo para esgotar todas as debilidades do Projeto anterior. Acho que foi muito importante, eu me senti profundamente contemplada, terminando o meu mandato de estar Presidenta da Comissão de Educação, mas prosseguir na Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente, pela responsabilidade que esta Casa tem em relação a esse Projeto.

Para finalizar, Srª Presidenta, quero dizer ao meu querido Ver. Dib que no Código Nacional de Trânsito está muito claro: as vias - e o senhor é um especialista - não são apenas para carros de quatro rodas ou seis rodas; são para duas rodas e para pedestres. Nós temos uma cultura individual, nós temos a cultura de que trânsito é apenas para carros, e esse é o carro que mais polui, o carro que mais individualiza e que mais prejudica a nossa Cidade. As carroças trazem alguns problemas, mas temos que saber que os carroceiros são cidadãos e têm responsabilidades. Assim como eles  têm a responsabilidade de tratar bem os animais, nós temos que saber que eles são cidadãos, que têm direitos, inclusive o de pedir audiência ao Prefeito. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Maristela Maffei.

O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, hoje venho a esta tribuna falar de esporte, porque fomos o primeiro lá em Tóquio, Ver. Mario Fraga. Estivemos em primeiro, e tudo em que se é primeiro nunca mais será igual, podem ter certeza absoluta. Ontem, foi motivo de muita alegria comemorar os 24 anos do Campeonato Mundial. Nesse o Grêmio não teve problema nenhum, não teve nem FIFA para tirar o nome; do outro  campeão mundial tiraram o FIFA do deles, não é, Ver. Sebenelo?

Eu quero mostrar - de uma história importantíssima do Grêmio - aos Vereadores a primeira bandeira do Grêmio. (Mostra a foto.) Ver. Fraga, esta bandeira originou muitas emoções. Vejam: em 1981, quando fomos campeões brasileiros; fiquei muito triste quando o Grêmio foi em 1982 para a Libertadores e não conseguiu ganhar. Mas de Vice em 1982 chegamos a campeões mundiais. Esta é a terceira bandeira do Grêmio. (Mostra a foto.) Ver. Claudio Sebenelo, sei que V. Exª gosta muito desta cor azul; gostaria que prestasse atenção, aqui temos a história do Grêmio. A foto do campeão mundial, que lembro como se fosse hoje: eu estava  em frente à sede do jornal Zero Hora, vendo no telão o querido amigo e Secretário João Bosco Vaz fazendo a apresentação. E, quando o Grêmio fez o segundo gol - do Renato -, eu confesso, Ver. Mario Fraga, que chorei daquele local até a Av. Assis Brasil. Vossa Excelência imagina relembrar esse momento de glória ontem? Lá no Centro, na Esquina Democrática, lembramos os dois gols do Grêmio e também cantamos os parabéns. Havia uma multidão para comemorar o aniversário da maior conquista do Grêmio.

Ver. Luiz Braz, parece que eu voltei no tempo ontem, foi um filme que passou para mim; eu realmente me emocionei, até chorei lá, porque sei que a história do Grêmio continua avançando e cada vez avança mais. E, se Deus quiser, agora, o nosso Presidente Paulo Odone vai dar mais um seguimento à história do Grêmio: vão construir a arena. Será o estádio mais moderno do mundo. Essa arena vai ter capacidade para 51 mil torcedores, e simplesmente vão conseguir esvaziar o estádio em oito minutos, Vereador - para V. Exª ver a beleza do projeto. Mais ainda: tenho certeza absoluta de que este Vereador não vai morrer antes de ver mais um campeão mundial: o Grêmio, porque nós certamente chegaremos na frente novamente. E, no ano que vem, nós teremos dois Gre-Nais, talvez três: na Sul-Americana, no Brasileiro e no Gauchão. Aí nós, definitivamente, vamos ver quem vai prosseguir nessa carreira. Ver. Dib, sei que V. Exª foi Prefeito nessa história do Grêmio, foi um dos que mandaram pintar de azul o cordão das calçadas, a Cidade foi tomada de azul. Vossa Excelência, com os seus 999 dias de Governo, presenciou essa maravilha que o Grêmio viveu.

Senhores, eu teria mais coisas para mostrar aqui. Quando eu andava atrás do Grêmio, quando era mais guri, eu anotava tudo; agora não tenho tempo, mas guardei o meu caderno como lembrança, para mostrar para os meus filhos, talvez para os meus netos. Obrigado, senhores.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos nós sabemos que Porto Alegre é uma cidade que tem um número expressivo de instituições públicas e privadas que garantem espaço para manifestações culturais da nossa Cidade - são os nossos museus, as nossas galerias, os grandes espaços, como a Usina do Gasômetro, a Casa Mário Quintana, o MARGS, o Memorial do Rio Grande do Sul, o Santander, o Museu de Ciência e Tecnologia da PUC, os Museus da UFRGS. Nós temos o privilégio de viver em uma Cidade que construiu, ao longo de sua história, uma infra-estrutura que permite uma diversidade enorme de espaços, garantindo o acesso da população aos espetáculos, às artes plásticas, às artes cênicas; inclusive, pelo Projeto de Descentralização da Secretaria de Cultura, hoje, cada vez mais, a cultura se desenvolve nas nossas vilas, nos nossos bairros.

Eu queria me referir aqui a três novos acontecimentos - iniciativas públicas, parcerias e governanças estabelecidas em nossa Cidade -, que acrescem a esse aporte extremamente estimulante da nossa Cidade. Primeiro, refiro-me a uma série de atividades que ocorreram, subseqüentemente, na Usina do Gasômetro. Na noite de ontem, alguns Vereadores e Vereadoras tiveram o privilégio de ir ao ato de iluminação deste maravilhoso equipamento ao lado da Usina, que, completamente iluminada, reunia milhares de pessoas em torno de um grande show musical, víamos o início da iluminação daquela obra de arte, que é a nossa árvore de Natal.

Somado a isso, nós também tivemos na área do Turismo uma outra iniciativa que fará com que Porto Alegre se reconheça; que fará com que Porto Alegre dos bairros centrais possa ter mais acesso a Porto Alegre da Zona Sul, da Região Urbana com a Região Rural. Todos nós sabemos que Porto Alegre é a segunda Capital brasileira em extensão rural. Repito: a segunda Capital brasileira em extensão rural é Porto Alegre. E os caminhos rurais, incentivados pela Secretaria de Turismo, criam a possibilidade de acesso da população a essa parte do nosso Município extremamente peculiar, extremamente múltipla e que oferece, inclusive, um espaço extremamente significativo de humanização.

Ainda na próxima semana teremos a reabertura do Museu Felizardo, museu de Porto Alegre, o que é mais uma iniciativa da Secretaria de Cultura, que nos vai dar a possibilidade de um convívio em uma região da Cidade onde crescem as atividades culturais, que é o bairro Cidade Baixa, nesse novo equipamento cultural da nossa Cidade.

E, para terminar, digo que a Prefeitura de Porto Alegre fez, na manhã de hoje, um novo ato de construção do pacto de Governança, que prevê a parceria, o melhoramento da infra-estrutura de oito bairros da Região Leste da nossa Cidade. Acho que são iniciativas que realmente nos envaidecem, porque elas humanizam e enriquecem, do ponto de vista social e cultural, a nossa Cidade.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Clênia Maranhão.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 8022/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/07, que estima a receita e fixa a despesa do Município de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2008. Com Emendas nos 01 a 08, 12, 16 a 24, 26 a 30, 32 a 35, 37, 38, 40 a 44, 47 a 49, 51 a 80 e Subemendas nº 01 às Emendas nos 17, 18, 19, 23, 24, 26, 28, 30, 32, 33, 34, 47, 54. Subemenda nº 02 às Emenda no 23.

 

Pareceres:

- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia:

a)  pela aprovação do Projeto de Lei do Executivo nº 021/07.

b) pela aprovação das Emendas nos: 02; 05; 12; 16; 19 com Subemenda nº 01 de Relator; 20; 21; 23 com Subemenda nº 02 de Relator; 26 com Subemenda nº 01; 29; 30 com Subemenda nº 01; 34 com Subemenda nº 01; 35; 42; 43; 44; 47 com Subemenda nº 01 de Relator; 48; 54 com Subemenda nº 01 de Relator; 61; 68; 69; 70; 72; 73 e 80 de Relator.

c) pela rejeição das Emendas nos: 01; 03; 04; 06; 07; 08; 17 com Subemenda nº 01; 18 com Subemenda nº 01; 22; Subemenda nº 01 à Emenda nº 23; 24 com Subemenda nº 01; 27; 28 com Subemenda nº 01; 32 com Subemenda nº 01; 33 com Subemenda nº 01; 37; 38; 40; 41; 49; 51; 52; 53; 55; 56; 57; 58; 59; 60; 62; 63; 64; 65; 66; 67; 71; 74; 75; 76; 77; 78 e 79.

 

Observações:

- para aprovação, maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores;

- Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM;

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do  Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento subscrito por um terço dos membros da Casa -  Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- após a aprovação de Parecer na CEFOR e durante a Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (Art. 120, § 1º, do Regimento);

- foram retiradas as Emendas nos. 09, 10, 11, 13, 14, 15, 25 com Subemenda nº 01, 31, com Subemenda nº 01, 36, 39, 45, 46 e 50;

- incluído na Ordem do Dia em 28-11-07;

- aprovado em 06.12.07: Projeto e Emendas com parecer favorável da CEFOR;

- votadas as Emendas nos: 37, 38, 40, 41, 51, 52, 53, 55, 56 e 57;

- votação da Emenda nº 58 sem encaminhamentos.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação as Atas das seguintes Sessões Solenes: 40ª, 41ª, 42ª, 43ª, 44ª, 45ª e 46ª; das Sessões Ordinárias: 95ª, 96ª, 97ª; das Sessões Extraordinárias: 16ª e 17ª. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

Em votação nominal, solicitada pelo Professor Garcia, a Emenda nº 58, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 11 votos SIM; 16 votos NÃO.

Solicito que a Verª Maristela Meneghetti assuma a presidência dos trabalhos.

 

(A Verª Maristela Meneghetti reassume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação a Emenda nº 59, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.)

A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 59, destacada, ao PLE nº 021/07, como autora.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; Srª Presidenta dos trabalhos, Verª Maristela Meneghetti; venho a esta tribuna encaminhar o destaque desta Emenda como autora. Causou-me espanto o Parecer do Vereador-Relator, que rejeitou esta Emenda com o seguinte teor: “Rejeitada porque não está previsto no PPA e na LDO de 2008, necessita de Projetos específicos, possui mérito, recurso tecnicamente correto, porém conveniência e oportunidade do Executivo”.

Ora, esta Emenda, senhoras e senhores, veio inclusive trazer algo que está gravado no Plano de Investimento do Orçamento da Cidade e que o Governo esqueceu de colocar no Orçamento de 2008. Na realidade, o que se fez foi nada mais nada menos do que trazer para o Orçamento aquilo que já está no Plano de Investimento da Cidade. O Projeto consta não só no Plano de Investimento como também na própria Proposta Orçamentária, na LOA/2008. Ele está no Programa 104/Cidade Integrada, estão previstos 3 milhões e 386 mil reais para projetos de micro e macrodrenagem em pontos críticos de alagamento da nossa Cidade. Nós simplesmente adequamos aquilo que o Governo deveria ter feito e não fez.

E mais: destinamos um recurso para uma região da Cidade em que foi feita toda uma articulação política junto ao Prefeito Municipal de Porto Alegre, à Metroplan  - do Governo do Estado -, à Prefeitura de Viamão, à Prefeitura de Alvorada no sentido de poder resolver o problema do arroio Feijó, pois somente neste ano, em duas chuvas no mês de setembro, houve um alagamento histórico naquela parte da Cidade; o que não acontecia já há mais de dez anos, aconteceu nesse ano, Ver. Oliboni. Preocupados com essa questão, fizemos uma articulação política junto ao Prefeito Municipal, com as lideranças da região, lideranças que inclusive estiveram neste Plenário denunciando a problemática do arroio Feijó, conversaram com vários Líderes desta Casa, os quais entenderam e se colocaram à disposição a respeito desse problema sério da região. Foi um alagamento histórico naquela parte da Cidade, na Vila Nova Gleba, entrou água a mais de um metro de altura nas casas. Houve o compromisso do Prefeito Municipal de, junto com o Governo do Estado, com as demais Prefeituras que abrangem a região do arroio Feijó, potencializar os recursos necessários, pertinentes à cidade de Porto Alegre, para essa questão.

Nós simplesmente nesta Casa referendamos o compromisso da Prefeitura Municipal de Porto Alegre quando verificamos o erro de não constar a destinação de recursos para essa obra no Orçamento; destinamos os recursos pertinentes, mas lamentavelmente o Relator rejeitou a Emenda, quando ela está tecnicamente correta, quando há o compromisso político do Prefeito na resolução do problema junto à Metroplan, junto as demais prefeituras. Não posso entender o porquê da rejeição desta Emenda. Aliás, o projeto já existe, inclusive no Orçamento, Ver. Carlos Comassetto, é só verificar no Projeto Cidade Integrada a destinação para as micro e macrodrenagens dos pontos críticos dos arroios da cidade de Porto Alegre. Lamentavelmente, esta Emenda foi rejeitada, e nós a destacamos para trazer essa problemática ao Plenário, uma vez que vários líderes assumiram o compromisso com a Associação dos Moradores da Nova Gleba e com a comunidade da Zona Norte, que esteve aqui por várias vezes nesse período, depois do alagamento pelas enchentes. Muito obrigada, Srª Presidenta.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 59, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadores, Vereadoras, senhores e senhoras que nos assistem; nossa querida Verª Maria Celeste, autora da Emenda nº 59; Emenda esta construída com uma concertação política, inclusive com o comprometimento público do Sr. Prefeito Municipal junto com os setores da comunidade da Zona Norte do Município, na divisa com Alvorada e Viamão, arroio Feijó. A Verª Maria Celeste propõe nada mais nada menos do que a execução de um Projeto, Verª Margarete Moraes, que é uma prioridade política do Ministério das Cidades. Quer fazer o trabalho consorciado, de consórcio entre os Municípios. E, em relação ao arroio Feijó - é uma divisa: Porto Alegre/Viamão e Porto Alegre/Alvorada -, há toda uma comunidade que sofre com o alagamento. Portanto, quando a senhora anuncia aqui no seu pronunciamento, Verª Maria Celeste, que a Emenda foi rejeitada, rejeitada pelo Relator, nós sabemos que será rejeitada também pela base do Governo, e falo isso porque todas as Emendas que dizem respeito à qualificação da Cidade e que foram apresentadas por nós estão sendo rejeitadas.

E aqui quero fazer referência exatamente à Emenda que nós iniciamos a votação hoje, que é a Emenda do Plano Plurianual e do Programa Receita é Saúde, quando apresentamos aqui a destinação de 150 mil reais para desenvolver o projeto, os estudos do Pronto Socorro Zona Sul, lá no Hospital Parque Belém. E, aí, obtivemos somente dois votos da base do Governo em defesa do Projeto. E eu fico abismado aqui e contrariado, em relação à postura política da situação, com a Bancada médica desta Casa - Dr. Goulart, Dr. Sebenelo, Dr. Raul: eles foram lá no Hospital Parque Belém fazer a defesa deste Projeto, mas agora votam contra aqui! Não dá para entender isso. Afinal de contas, o que vale? O discurso em público, ou a ação política concreta para fazer com que a Cidade avance? É isso que tem que ser respondido para a sociedade.

Inclusive, nesse sentido, cumprimento aqui o Dr. Esparta, Gerente-Administrativo - suplente de um Deputado Estadual da Bancada do PSDB -, que pela sua filiação não deixará de defender esse Projeto, um Projeto da cidade de Porto Alegre. Portanto, a comunidade tem que saber disso. Dr. Fortes, há poucos dias esta Casa o homenageou pelo trabalho que o senhor desenvolve frente à Câmara Técnica do Hospital Parque Belém. Nesta tribuna, o nosso Relator, Ver. Professor Garcia, na oportunidade, subiu a esta tribuna para homenageá-lo, e agora, em relação à Emenda da Verª Maria Celeste, ele é contrário por interesses da base partidária, por interesses escusos aos da comunidade. É isso que nós temos que analisar, que discutir, porque são duas posturas: uma na frente do público e outra quando tem que assinar para que a política se efetive. Quando aqui rejeita a drenagem do arroio Feijó, também está rejeitando uma política de Saúde Pública, de drenagem urbana, de qualificação estrutural. Pensarmos e discutirmos projetos como o do Hospital Parque Belém é questão de Saúde Pública - é isso que está em discussão neste momento, é isso que nós temos que analisar. Qual é a diferença? Professor Garcia, o senhor que já foi da nossa base no Governo, não agia assim até bem pouco tempo atrás. Portanto, a sua postura tem mudado muito na política, e, infelizmente, do nosso ponto de vista, não para melhor; essa é a discussão que temos que fazer. É o relatório, é o orçamento, é o dinheiro público que nós estamos aqui discutindo.

Portanto, senhores e senhoras, peço o voto, sim, favorável para derrubar essa postura equivocada da base do Governo. Quero pedir que votem a favor da Emenda da Verª Maria Celeste, derrubando essa postura equivocada da política da base do Governo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda n° 59, destacada, ao PLE n° 021/07.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Ver. Carlos Comassetto, eu chego a ficar nervoso ao ouvir o seu pronunciamento com tamanha vibração. Só lamento que o seu Governo não tenha feito isso que V. Exª está reivindicando agora, e ficou 16 anos no Governo. Se tivessem essa preocupação toda, poderiam ter feito lá atrás. Esse é um ponto. Outro ponto: é estranho, votaram contra o Projeto principal e agora querem aprovar as Emendas. Eu acho sem nexo isso. Com todo o respeito, o princípio aqui deveria proibir. Se alguém votou contra o Projeto principal, não poderia defender as Emendas, porque não há sentido. Infelizmente, é legal, V. Exª está correto, mas não tem sentido. E vou repetir: se essa fosse a preocupação de todo o seu Governo, poderiam ter feito em 16 anos o que estão reivindicando hoje. E para finalizar: na democracia há, sim, que respeitar a decisão da maioria.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Bernardino Vendruscolo.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 59, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, quero dialogar com o Vereador e amigo Bernardino Vendruscolo e lembrá-lo de que os problemas a Cidade não param. Essa justificativa de que em 16 anos não foi feito não resolve o problema daquela localidade, e nesta Casa nós temos seriedade em relação aos problemas que temos que resolver. É uma questão de Saúde Pública, é uma questão de responsabilidade, e a Verª Maria Celeste, além de exercer o cargo de Presidenta desta Casa, é moradora daquela região, tem o olhar da Cidade, como nós temos que ter.

Agora, não querem votar porque não resolveram nos 16 anos de gestão?! Isso, do meu ponto de vista, é olhar de caranguejo, porque vejam quantos problemas nós resolvemos, e hoje é a Cidade real. Vejam a Av. Bento Gonçalves, os corredores de ônibus e tantas coisas que foram feitas e que deixaram destruir, corroer com o tempo. Aí, nós queremos resolver um problema. Tudo bem se disserem que não tem orçamento, que não é prioritário; agora, dizer que é por causa da questão dos 16 anos, isso não tem lógica. O Ver. Bernardino sabe o respeito e o carinho que tenho por ele, mas não é um argumento convincente. Nós temos que nos dar conta de que só podemos realmente ter unidade em um processo, de uma maioria sobre uma minoria, se olharmos com o respeito e a dignidade que tem que ter uma questão específica como essa.

Portanto, a Bancada do PCdoB parabeniza a Verª Maria Celeste pela seriedade com que está olhando para esse problema. Tem o nosso voto. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 59, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu estava inclinado a votar com a Verª Maria Celeste, no entanto o discurso forte do Ver. Carlos Comassetto me faz trocar de idéia - e me faz trocar de idéia com toda a tranqüilidade -, e o sorriso do Ver. Comassetto me dá ainda mais convicção daquilo que vou fazer. Essa obra está prevista pelo Executivo, então não há por que ser aqui colocada como iniciativa de Vereadores; aliás, acho que o Vereador tem que fiscalizar a execução do Orçamento. A informação que tenho é de que essa obra está prevista pelo Executivo dentro das obras que o Executivo se propõe a investir na área de macrodrenagem, portanto eu não vejo porque aceitar a Emenda. Estive inclinado, mas, depois do agressivo e contundente discurso do Ver. Carlos Comassetto, fico ao lado do Relator e do voto que eu  mesmo dei na Comissão de Finanças a favor do Parecer do Ver. Garcia. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigado, Ver. João Dib.

Apregôo Memorando nº 507, do Gabinete da Presidência, que informa que o Ver. João Carlos Nedel esteve representando a Câmara Municipal de Porto Alegre na tradicional  reunião-almoço da Federasul “Tá na Mesa”, realizada no dia de hoje às 12h15min.

Em votação nominal, por solicitação do Ver. Haroldo de Souza, a Emenda nº 59, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 11 votos SIM; 20 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 62, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) A Verª Margarete Moraes está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda de nº 62, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acredito que todos os órgãos, todos os equipamentos da Prefeitura devam ter um planejamento para a sua manutenção, para a sua conservação, e isso deve ser permanente. É o caso do arroio Feijó, que não foi desassoreado neste Governo Fogaça e que precisava desse desassoreamento para que não entupisse ou submergisse. É o mesmo caso do Museu Joaquim Felizardo, que, dos quatro anos do Governo Fogaça, ficou três anos fechado. E agora os Vereadores da base aliada vêm aqui festejar que o Museu vai abrir. Por três anos ficou fechado, e a manutenção do Museu é uma obrigação do Governo, mas só no último ano do seu Governo ele vai funcionar!

Mas, falando na minha Emenda, quero dizer ao Ver. Bernardino que nós votamos contra por convicção, agora pretendemos corrigir este Orçamento, aperfeiçoá-lo, ajudar a resolver os problemas que já ocorreram. A Emenda diz respeito ao desfile oficial do carnaval, que, a partir de uma lei do Ver. Dilamar Machado, passou a ser realizado através de um convênio entre a Secretaria Municipal da Cultura da Prefeitura e a Aecpars. Ocorre que a Secretaria Municipal da Cultura tem uma coordenação - a Coordenação das Manifestações Populares - para tratar também do carnaval e que tem recursos. É certo que tenha recursos, porque o carnaval vai muito além, Srs. Vereadores, do desfile oficial. Nas escolas de samba, as quadras funcionam como clubes sociais das populações mais carentes. E as bandas, os blocos e os carnavalescos querem funcionar o ano todo. Consta nos estatutos da Aecpars que só as escolas do grupo especial têm direito àquele cachê, e nós respeitamos o estatuto da Aecpars. Ocorre que o grupo de acesso ficou sem nenhum recurso, não tem nada, e, casualmente, são as populações mais carentes que ficam na marginalidade. Hoje são - amanhã podem ser outros - Vila Mapa, União da Tinga, Fidalgos e Aristocratas, Realeza, Filhos da Candinha e uma escola da Zona Norte. Eles têm que ter um recurso mínimo para colocar o seu bloco na rua, mínimo! Acredito sinceramente que a qualificação do grupo de acesso também é a qualificação do grupo especial, porque as comunidades do grupo de acesso é que acabam desfilando também no grupo especial.

Os carnavalescos desse grupo no ano passado procuraram o Ver. Carlos Todeschini, meu companheiro aqui, e ele tentou uma Emenda, tentou alguma solução para esse caso, mas infelizmente não conseguiu. Neste ano, eles procuraram de novo, fomos ao Secretário Cezar Busatto, que concordou com o mérito da questão, concordou que eles mereceriam uma ajuda mínima, como nós estamos dizendo. Agora, nós estamos ajudando o Governo para que, no ano que vem, esse problema não se repita mais uma vez, que esteja gravada no Orçamento de 2008 uma ajuda de custo ao grupo de acesso do carnaval. É esse o sentido da Emenda, para corrigir o processo da arte e da cultura popular da nossa Cidade. Obrigada, Verª Maristela Meneghetti.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Vereadora.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 62, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadores e Vereadoras, meu caro Ver. Bernardino Vendruscolo, é um direito votar contra um Orçamento que desrespeita um conjunto de questões que estão em contradição com o PPA e com a LDO, que - volto a repetir - vieram eivados de erros, inclusive em suas Mensagens Retificativas. Votar contra significa se opor àquilo que o Ver. Carlos Comassetto designou aqui, uma plataforma de windows, muitas janelas, Ver. Newton Braga Rosa, com pequenos valores que depois podem ser completamente alterados. Nós votamos contra, porque não foi feito o debate que havíamos pedido, como foi feito no ano passado. Votamos contra pela primeira vez em 26 anos, porque fomos completamente desrespeitados, nem assinaturas para os destaques nos quiseram dar. E louvo, mais uma vez, aqueles Vereadores que assinaram para que a Bancada de oposição, minoritária da Casa, tivesse a condição de vir debater aqui. Votamos contra, porque há Emendas carimbadas, Emendas vinculadas diretamente, umbilicalmente, há alguns Vereadores ligados a suas instituições - não que não possam ter instituições, é um direito legítimo, mas não podem pedir dinheiro público para colocar nessas instituições, que cada um faça o seu trabalho benemerente do jeito que achar necessário, sem usar o chapéu alheio, muito menos o chapéu com o dinheiro do povo. Por isso votamos contra, por isso  destacamos esta e tantas outras Emendas.

A Verª Margarete acabou de explicar a importância que tem o carnaval na cidade de Porto Alegre. De que adianta todo o investimento que foi feito lá na Zona Norte, se durante o ano nós não temos a ocupação devida, como nos ensinou o Rio de Janeiro com o famoso sambódromo, feito por Leonel Brizola, de utilização como escola, como oficinas, como local de lazer, de cultura, de entretenimento? Onde tem um telecentro naquela região? Onde tem uma atividade para os idosos? Onde tem uma atividade para a juventude da região? Praticamente não há espaços para os jovens, tirando o Parque Chico Mendes e a Praça México. Por isso fizemos esta Emenda, por isso a Verª Margarete Moraes se empenhou nesse processo quando foi Secretária Municipal de Cultura, e ela continua a militância em defesa da Cultura.

Quero dizer àqueles que estufam o peito e dizem que são carnavalescos, que estão do lado das entidades carnavalescas, que dizem que o carnaval aqui é uma maravilha: não, ele não é uma maravilha, podia ser muito melhor se tivéssemos apreço pelo samba, apreço pela boa musica, se déssemos incentivo aos nossos artistas nos 365 dias por ano. E não gastar como nós estamos vendo, muitas vezes gastos com música de qualidade duvidosa em eventos de qualidade também duvidosa e de repercussão pífia, ridícula ou muquirana - como eu disse dias atrás aqui, esta palavra existe no português e vou usá-la tantas vezes quanto necessário.

É no bom português, é na linguagem que o povo entende que o Vereador deve falar; não é usando uma linguagem rebuscada, com  termos sofisticados, fazendo sofismas que o povo vai entender que nós estamos discutindo aqui o dinheiro dos impostos pagos quando compra uma mercadoria no supermercado, ou quando manda fazer um serviço, ou pelo menos os impostos que as empresas pagam. Porto Alegre é uma das cidades campeoníssimas no Brasil em sonegação de impostos. Mas queremos discutir como o Ver. João Dib, faço justiça, quer discutir, ele topa a parada discutindo normalmente comigo a questão do caixa, do dinheiro que entra dos recursos. Muita gente não quer discutir, porque significa debater a sonegação, significa debater os tributos injustos que são cobrados nesta Cidade, um ISSQN que continua muito díspar, apesar dos avanços que nós tivemos no último período. Por isso fizemos os destaques, por isso criticamos tanto o Ver. Garcia, que muitas vezes tem pousado de bom mocinho. Ele tem um bom diálogo conosco, mas, na questão do Orçamento, nos traiu e nos traiu grosseiramente, por isso a nossa rebeldia. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 62, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ouvi atentamente algumas falas, não fiz encaminhamento da Emenda anterior, mas quero fazer uma retrospectiva, primeiro com a questão do Hospital Parque Belém. O Ver. Comassetto está totalmente equivocado. Fui Relator, na Legislatura passada, quando era da Frente Popular, e as Emendas que apareceram do Hospital Parque Belém também foram negadas. E V. Exª sabe, Vereador, para não dizer outras coisas, que este Vereador tem uma alta relação lá. Este Vereador foi quem levou a clínica do IPA lá para dentro. Também tive a oportunidade de apresentar, num determinado momento, o Deputado Beto Albuquerque, que, na época, fez uma doação de 200 mil reais; lá em Brasília, cada Deputado Federal tem direito a 8 milhões de reais por ano, sem fazer discussão nenhuma, aqui se faz discussão. Então, V. Exª está totalmente equivocado quando diz isso. Tenho apreço e compromisso com a questão do Parque Belém, mas não vai ser dessa forma que vai ser feita a discussão, ou seja: “Se der o dinheiro é bonzinho, se não der...” Não! Nós temos uma responsabilidade com a sociedade no seu todo, porque, cada vez que sai dinheiro de um lado, fica descoberto o outro, e nós sabemos das mazelas que há na Saúde.

Em relação à questão da Emenda anterior, da Verª Maria Celeste, também! A Verª Maria Celeste sabe que está prevista, no Plano de Investimento para 2008, a questão da dragagem do arroio Feijó. E aí o próprio PT, no seu discurso, vem falar em Emendas carimbadas. Eu só não sei por que eles não falaram desta vez, quando se coloca a questão do carnaval, porque, na anterior, a Verª Margarete Moraes teve uma Emenda contemplada em relação ao Salão Internacional de Desenho para a Imprensa. Então, é para vocês verem como é a questão da dialética! É por isso que eu faço esse desafio, porque temos toda a tranqüilidade.

Ver. Adeli, de forma fraterna, também havia colocado para V. Exª que, quando quisesse sentar com o Executivo, com o Gabinete de Planejamento e Orçamento para discutir a questão das Emendas, estávamos à disposição, isso foi oferecido a Vossa Excelência. Tive oportunidade de colocar a V. Exª, como fiz com todos os Vereadores, quais foram as Emendas rejeitadas e quais as acolhidas, até porque isso faz parte da dialética. Nós, há anos, temos essa dinâmica de colocar o porquê das Emendas, pois faz parte. O que não pode é ficar quieto e apenas dizer: “sim” ou “não”. O “sim” ou o “não” têm que ter a sua justificativa.

Por isso, de forma clara, fizemos questão de colocar todas essas situações, porque não dá para brincar com a sociedade de Porto Alegre. É muito fácil, é muito demagógico dizer assim: “Bom, se dermos o dinheiro do Parque Belém, somos amigos do Parque Belém; quem não der é contra o Parque Belém”. Isso é falácia, é mentira, não é algo sério. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 62, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, rapidamente, eu gostaria de dizer, Verª Margarete Moraes, que confio na sensibilidade desta Casa. E também, num olhar dialético, Ver. Garcia, não é a questão de quem é ou não amigo do Parque Belém; é uma visão que nós temos em relação a uma entidade que consideramos importante, que vai viabilizar projetos para o futuro. Não é nem investimento imediato, porque sabemos que primeiramente vem o projeto. Então, estamos pensando numa Cidade, seja qual for o segmento, construindo projetos para poder viabilizá-los. Como é o nosso Pronto-Socorro, o local mais próximo da Lomba do Pinheiro, Vereador, em termos de hospital, nós sentimos não ter passado a proposta, sentimos a falta de sensibilidade do Governo nesse sentido, já que não pudemos votar uma Emenda maior, que já foi votada anteriormente, e fomos derrotados também pela base do Governo. Queremos dizer, Ver. Comassetto, que lamentamos profundamente. Para mim, não é questão de amizade, é uma questão, como Legisladora desta Casa, da responsabilidade que nós temos.

Em relação à Emenda da nossa querida amiga Verª Margarete Moraes, que é uma pessoa que conhece profundamente a questão do carnaval - e esse é um incentivo a uma área que é importante para o turismo, para a questão cultural -, o PCdoB vota favoravelmente e com louvor. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 62, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidente, Srs. Vereadores, público presente aqui nesta tarde, eu tenho certeza absoluta de que, do primeiro ao último dia dos 16 anos em que o Partido dos Trabalhadores tentou governar Porto Alegre, o fez com a melhor das intenções. Tentou de todas as maneiras acertar; disso eu tenho convicção, porque conheço pessoas com devoção, com ação pública, inclusive conheço muitas pessoas do Partido dos Trabalhadores, o que faz com que eu acredite que muita gente quis acertar. Eu vou dar o exemplo aqui da Verª Margarete Moraes, que é uma autoridade em Cultura, que pegou pesado, trabalhou duro na área da Cultura, muitas vezes sem dinheiro, ela fez um trabalho magnífico, com muitas boas idéias e criou coisas na Cidade. O que  estamos vendo, no debate do Orçamento,  é que não existe “o meu é bom, o teu é ruim” ou “o meu é certo, o teu é errado” - não existe isso. Todos os governantes vão querer acertar. O que nós podemos debater é o método com que se fazem as coisas.

Então, eu tenho uma proposta ao Ver. Comassetto. Eu trabalhei no Hospital Belém; muitos anos da minha vida eu deixei lá. Considero o Hospital Belém uma das grandes instituições de Porto Alegre, gostaria muito que ele fosse aquinhoado não apenas com uma migalha, não apenas com uma esmola dada pelo Poder Público. O Ver. Carlos Comassetto pode liderar a minha sugestão - porque ele tem capacidade, é competente, tem ido freqüentemente a Brasília em busca de soluções e de recursos - de convocarmos toda a Bancada do Rio Grande do Sul e aquela mesma Bancada que destinou um ano todo o seu recurso para  o Aeroporto Salgado Filho e pedir a eles que, para o próximo ano, todo o dinheiro da Bancada seja para a transformação do Hospital Belém em Hospital Pronto-Socorro da Zona Sul. Essa é a proposta. As Emendas feitas no Orçamento, por mais bem-intencionadas, não vão resolver por serem ínfimas.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Comassetto.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Eu não admito que o senhor fale comigo nesse tom, Ver. Carlos Comassetto, e que me ameace, certo? Pode prosseguir, Ver. Sebenelo.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu tenho a impressão de que estou falando da forma mais respeitosa possível...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Assim como a Verª Maristela Maffei falou, o Ver. Sebenelo também tem o direito de falar.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: O Ver. Carlos Comassetto, a Verª Maristela Maffei, todos nós falamos...

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Todos falaram; o Vereador-Relator falou...

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Todos falaram genericamente sobre as questões das Emendas.

Então, a Emenda do arroio Feijó já está absolutamente contemplada num programa que está anunciado - inclusive consta nos jornais da semana passada -, ele será não só dragado, não só “desarenizado”, como vai ter um plantão permanente em função de um outro problema bem mais grave do que esse, que é a questão do lixo dos arroios. Não é só o processo de “desarenização”. Então, há meia dúzia de arroios em Porto Alegre que são absolutamente definitivos e decisivos na drenagem e na passagem das águas para essa grande cloaca que nós transformamos, chamada Guaíba. Por isso acho que não é para votar nem a favor e nem votar contra. Não é a favor de uma Emenda do Partido dos Trabalhadores, ou não. Já está contemplado, a Emenda não cabe. Tudo bem, eu acho que não é represália, não tem nada. E outra coisa: não há nenhum demérito em não ter conseguido fazer o Pronto-Socorro da Zona Sul, ou não ter conseguido resolver o problema dos arroios de Porto Alegre.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Mario Fraga, a Emenda nº 62, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)  REJEITADA por 11 votos SIM; 17 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 63, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 63, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, encaminho como autora do destaque desta Emenda novamente por não entender qual o critério que o Relator adotou para rejeitar esta Emenda. Se o Relator houvesse lido a Justificativa, teria entendido o motivo, de fato, desta Emenda, ou, se tivesse participado da Audiência Pública promovida por esta Casa em parceria com o Judiciário da Infância e Juventude, especialmente com o Dr. Leoberto Brancher, teria entendido o conteúdo da Emenda. A Justificativa está muito clara: “Esta Emenda se destina ao tratamento de dependentes de álcool e droga, com ações em rede intersetorial”.  Rede  Intersetorial  não significa internação - é disso que esta Emenda trata.

Já existe recurso para internação nas clínicas, já existe Programa do Governo para isso. Aliás, um dado de 2006 - para quem não sabe ou não leu adequadamente a Emenda: a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Ver. Ervino Besson, gasta em diária, numa internação, 180 reais para um dependente químico; em torno de 5.400 reais para um mês de atendimento. O recurso existe, a internação existe - foi isso que nós debatemos nessa Audiência Pública. Não é disso que trata esta Emenda; ela trata de uma lacuna, Ver. João Antonio Dib, que existe no Programa e no projeto na cidade de Porto Alegre, que é a questão do atendimento da rede de proteção especificamente para esse público-alvo. Lamentavelmente, não foi sensível a Relatoria desta Emenda no sentido de acolher toda a discussão que fizemos aqui na semana passada, com a presença do Judiciário, com a presença da FASC, da representante da Secretaria da Saúde. A Relatoria lamentavelmente não sabia do que tratava a Audiência. Aliás, os representantes do Governo têm vindo às Audiências e não sabem de que temas elas tratam; a Saúde, que deveria ter conhecimento dessa temática, não sabia, lamentavelmente. Mas o representante da FASC, o Sr. Mauro, sabia do que se tratava, fez uma excelente explanação na Audiência Pública, concordando inclusive com a proposta desta Emenda e sendo favorável à sua aprovação.

Então, eu quero aqui fazer um esclarecimento sobre isto: não se trata de uma Emenda para internação, já existem outros Vereadores que destinaram recursos para isso; a Emenda trata de um Programa, de um projeto novo no sentido de potencializar a rede de atendimento, para que ela possa dar acompanhamento às crianças e aos adolescentes que saem da internação. Hoje Porto Alegre paga 15 dias de tratamento na internação; as crianças e os adolescentes saem dessa internação e voltam para o círculo vicioso, porque não têm acompanhamento pós-internação, não apenas a criança e o adolescente, mas também a família. E o que nós vemos, lamentavelmente, na cidade de Porto Alegre? Nós vemos as crianças e os adolescentes saindo pelas ruas da Cidade acorrentados, levando consigo suas camas, seus pedaços de camas, porque as mães não têm para onde encaminhá-los, e não é por falta de atendimento.

Um exemplo claro disso é o da menina Bruna, que foi atendida em 2006 no Judiciário. Em 2007, ela estava incluída no Programa do Pense; em 2006, novamente, o Juiz Leoberto Brancher encaminhou um Ofício para a Prefeitura, solicitando providência no sentido de ter esse Programa, esse atendimento, e não houve resposta. Veio bater na Câmara Municipal, solicitando um Audiência Pública. E é tão grave, e é tão sério, que foi registrado pelo Oficial de Justiça, quando tentou uma internação no PAM-3, o fato de uma atendente, um profissional da área da Saúde que deveria acolher a demanda, dizer que não aceitava ingerência do Judiciário nas decisões internas do PAM e que a internação de menores drogados é perda de tempo e dinheiro. E mais: chamou o adolescente drogado de “abobado e retardado”. É esse o tratamento que é dado por alguns técnicos da Saúde quando se solicita uma vaga para internação. Não é disso que estamos falando nesta Emenda; estamos falando, nesta Emenda, do atendimento pós-internação necessário no Projeto e no Programa. Por isso, destinamos 400 mil apenas para iniciar esse Projeto, esse trabalho na cidade de Porto Alegre, mas lamentavelmente a Emenda foi rejeitada pelo Relator. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Maria Celeste.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 63, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta dos trabalhos, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, também sigo no mesmo diapasão; o Ver. Garcia afirma na tribuna que não é bem assim, que numa Emenda sai recurso de um lugar para  outro, que há que se ter cuidado com o Orçamento. Só que esse mesmo cuidado, Ver. Garcia, não dá para enxergar no seu Relatório, eu lamento. Cada vez que olho o Relatório, mais me escandalizo. Fui verificar que Emenda Popular era essa, no resumo estava como Emenda Popular... Pensei: “Não, é um tema de gestão, Governança Solidária”. Aí fomos verificar no processo, e é uma Emenda Popular da UAMPA, legítima, organizou-se a quantia de 120 mil, e foi aprovada. Aí o Ver. Elias Vidal, na seqüência, faz outras duas Emendas para a mesma instituição. São 360 mil reais aprovados neste  Relatório para a UAMPA. Ao lado disso, há uma Emenda extremamente necessária, fruto da discussão da sociedade civil, do Ministério Público, que a Verª Maria Celeste propõe, pois é extremamente grave a situação de drogadição dos nossos adolescentes que reincidem, que sofrem absurdamente com internações - porque não há alternativa -, em que são dopados, em que se chega a um tratamento radical, aí saem da internação e vão reincidir, porque não há projeto de acompanhamento, não há recurso, não há assessoria técnica, assistência social, psicólogo nos postos de saúde, etc., etc. E é sério.

Eu leio aqui, Verª Celeste, o que o Dr. Leoberto colocou sobre a Prefeitura nesse tema do encaminhamento dos drogaditos (Lê.): “Cada vez mais as evidências deixam claro que se optou por institucionalizar o improviso, gerando, naturalmente, um procedimento anômalo - para alguns, lucrativo; para o Orçamento público, oneroso; para os usuários, em grande parte dos casos, inócuo”. Ou seja, a Prefeitura não vai (Lê.) “além da padronização de uma rotina acidental e infeliz, momentaneamente necessária, mas em si só inútil e perdulária”.

Portanto, não há, Ver. Garcia, neste Programa, em que foram aprovadas Emendas para instituições, para o tratamento imediato ou tratamento de toxicômanos - algo justo, eu acredito, da instituição Pacto, da sociedade civil... São duas Emendas, trata-se de um recurso pequeno, só que não há intervenção do Governo Municipal, e nós percebemos isso. Foi escandaloso na Audiência Pública realizada aqui, uma Audiência muito representativa: o Governo se soma às queixas gerais, a FASC se soma às queixas gerais, as demais Secretarias, a Saúde, cada um se queixa atomizadamente e irresponsavelmente. A votação deste Orçamento é o retrato dessa fragmentação, o retrato absoluto de falta de capacidade de perceber o que a Cidade precisa, de estabelecer uma hierarquia.

E pior ainda: vejam a cara de pau deste Governo ao desrespeitar o Conselho da Criança e do Adolescente, porque os recursos vão para entidades sociais, e todas elas estão inscritas no CMDCA, no Fórum das Entidades, elas participam das elaborações de editais, participam da elaboração de políticas públicas, foi o que nós construímos de mais precioso nesta Cidade. Mas o Governo passa recursos via Emendas de Vereadores beneficiando A, B, C, completamente por fora do processo republicano, completamente distanciado da realidade, do que está dizendo o Ministério Público, do que está escancarado na nossa frente: nós estamos perdendo os adolescentes para a droga, por incompetência, por fragmentação, por falta de prioridade política.

Este é o retrato do Orçamento, é o retrato da política pública em Porto Alegre e o retrato do Orçamento: um fragmento só, enquanto a continuidade do investimento que já aconteceu é rejeitada, ao mesmo tempo em que se põe numa instituição só, por via de três Emendas, 360 mil reais, numa instituição que é para organizar entidades comunitárias; um recurso bem menor, tenho certeza, daria plenas condições.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 63, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu tenho dito nas comunidades, nas diversas reuniões de que participo - hoje pela manhã ainda participei da Audiência Pública que tivemos sobre a questão das leis dos Conselhos Tutelares -, que o que identifica o discurso, se ele é ligado à praxis, é realmente a prática. Se alguém quiser conhecer os seus Pares, a sua alma e à que interesse servem, deve vir mais seguido a esta Casa, Verª Maria Celeste. E digo isso sem nenhuma ironia, digo isso com profunda tristeza, porque, infelizmente, o que a gente vê aqui é...

Quando se trata de uma Emenda como esta, em relação à questão da criança e do adolescente, eu fico muito séria, não acho graça nenhuma na ironia de ninguém. Porque, por diferença, sim, para não dizer: “Foram eles que fizeram, ele ou ela quem fez, nós não vamos fazer e vamos botar na nossa janela”. E nessa janela o que eu vejo? Eu vejo uma postura arrogante, uma postura do Código do Menor, uma postura de quem apenas chora no velório de milhares jovens e adolescentes, porque trabalha com a mesmice, porque não dá visibilidade, porque não se toca, porque não consegue se segurar, porque não consegue se ver - investimento naquilo que é a médio e longo prazo é como cano enterrado, não se vê, não se previne. Então, é preferível, depois, trabalhar com a redução da idade penal, é preferível fazer mais cadeias, é preferível dizer que os empobrecidos são os responsáveis pelo caos, que são os negros, os pobres culpados disso...! É essa a resposta que esta Casa dá pela maioria, quando não aprova uma Emenda como esta. É uma desconsideração, é uma tragédia humana, e aqui não está uma fala de terrorismo, aqui está uma fala de quem clama, Ver. Sebenelo, e eu sei que V. Exª tem esse olhar de seriedade em relação a esses assuntos, porque V. Exª é uma pessoa da área da Saúde e sabe que não é a forma que nós vamos tratar.

Então, senhoras e senhores, quero dizer que o fato de o destino do recurso já estar contemplado em Emenda por precedência é um descaso, é um desrespeito, em especial às pessoas sérias que trabalham nessa área, porque não são pessoas que vêm aqui fazer média com a sua instituição. Não é uma postura de quem apenas está trazendo para si, é uma postura de quem pensa para todos, pois traz aqui a vontade de pessoas especialistas na área.

Então, senhoras e senhores, eu acho - eu não acho, porque, no achismo, todo mundo acha -, eu tenho certeza de que esta Casa, neste momento, está cometendo - se assim o fizer, rejeitando - um grande erro, um descaso principalmente com aqueles que não podem, não têm o poder, neste momento, de fazer valer os seus direitos. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Vereadora.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 63, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero falar, primeiramente, à Vereadora que me antecedeu, a Ver. ª Maristela Maffei. Verª Maristela Maffei, quando V. Exª falou que não foi em função da Verª Maria Celeste, vejo que V. Exª não leu o Relatório. Quanto à questão do contemplado por precedência, a Emenda da Verª Maria Luiza fala em drogaditos, acolhimento e tratamento; a da Verª Maria Celeste, em tratamento e recuperação. Então, por isso, já quero lhe afirmar que não houve nenhuma discriminação. Quer dizer, se V. Exª partiu da questão da discriminação, então, eu discriminei a Verª Maria Celeste, mas não favoreci a Verª Maria Luiza. Foi o argumento que V. Exª usou aqui. Então, esse primeiro argumento, por si só, não contempla. Colocamos, inclusive, no Parecer da Emenda da Verª Maria Luiza a questão do  mérito. Tem mérito, sim. Quem é que, de sã consciência, vai dizer que não tem mérito a questão de trabalhar o desenvolvimento dos drogaditos? Agora, dentro da Secretaria de Saúde, existem programas específicos, e eu volto a dizer: retirar 400 mil para colocar em outro lugar cria problema. E V. Exª não põe nem publicidade, a sua informação não condiz com o que foi colocado na proposição da Emenda.

Quero dizer, de forma bem clara, que muitas vezes tentam fazer uma chantagem emocional em cima do emotivo, porque a questão da droga está cada vez disseminada no nosso contexto social, mas, ao mesmo tempo, temos que ver de que forma foi feito. Quando diz: “Não, porque era da oposição”, é inverdade, porque quem fez a primeira Emenda foi a Verª Maria Luiza; dentro do mesmo pressuposto, foi negado. Por quê? Utilizou-se um critério, não foi a questão da beleza, ou da situação ou oposição. Então, temos que dizer de forma clara, porque, cada vez que se fala, parece que este Vereador é um homem mau, e não. Nós temos de fazer a discussão.

Cada um que vem aqui coloca o seu ponto de vista, e eu tenho que fazer o contraponto e mostrar: primeiro, não houve discriminação; segundo, todo mundo entende que é meritório o programa de drogadição, só que também sabemos como está a situação da Saúde, pois, para retirar os 400 mil de um lugar, vai-se puxar o cobertor, que está curto.

Mais uma vez, Vereadora, lastimo, a  sua Emenda é meritória, mas a Verª Maria Luiza, quanto à precedência, havia feito antes, assim também ocorreu com uma Emenda do Ver. Comassetto em relação a do Ver. Ervino Besson. Se V. Exª me disser que a recuperação não contempla o tratamento, aí é uma questão semântica. Talvez, V. Exª possa vir aqui, oportunamente, me dizer que o tratamento é uma coisa e o acolhimento para a recuperação é outra. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Vereador.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Mario Fraga, a Emenda nº 63, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 13 votos SIM; 19 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 64, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 64, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, esta Emenda tinha uma intencionalidade: dar conseqüência a outras ações e debates propiciados por mudanças de legislações federais, que foi a constituição do Fundo de Educação Básica, que permite, a partir de adequações que têm de ser feitas em Porto Alegre e em outras Cidades, incluir, para fins do rateio desse Fundo no Estado do Rio Grande do Sul, as matrículas creches comunitárias na cidade de Porto Alegre - o Fundeb passa a incluir as matrículas do Ensino Médio e da Educação Infantil. A luta para que as creches comunitárias, que hoje atendem em torno de dez mil crianças de zero a seis anos, foi uma luta nacional dos Municípios, com apoio da nossa Deputada Maria do Rosário e de todo o núcleo da Educação dos Deputados Federais do PT. Foi aprovado, desde que regularmente vinculadas ao Município, uma série de requisitos, entre eles, de serem totalmente gratuitas. Portanto deve haver critérios republicanos, transparentes para ingresso na creche.

Diante desses requisitos e mais o Plano Didático-Pedagógico, o Estatuto, a propriedade do prédio, as nossas matrículas das creches poderiam contar para o Fundeb. Porto Alegre está projetando uma perda importantíssima de recursos -  fala-se em dez milhões, em trinta milhões - na aplicação do Fundeb. É uma aplicação progressiva, não ocorrerá totalmente este ano a inclusão de todos os infantis e todo o médio, mas Porto Alegre já deve estar perdendo recurso neste ano, porque nenhuma creche comunitária foi adequada e está incluída no Fundeb. E uma das iniciativas é esta Emenda, que quer colocar um pouco mais de recurso no convênio das creches comunitárias, porque hoje o convênio dá conta de pouco mais de 50% dos custos de uma creche. Uma creche não pode funcionar se não pedir uma contribuição dos pais das crianças, e as nossas creches estão na periferia da Cidade. Eu conheço uma só - talvez duas - que é totalmente gratuita, porque há uma instituição religiosa que contribui regularmente com ela. Então, se as nossas creches não tiverem uma política, uma intencionalidade política clara do Município em aportar mais recursos, elas não se tornarão totalmente gratuitas, portanto não contarão para o Fundeb; Porto Alegre perderá muito recurso com isso, deixando de contar com nove mil matrículas, talvez dez mil, não sabemos o número exato.

Ver. Sebenelo, gostaria que o senhor prestasse atenção nisso, o senhor faz críticas e levanta que essa área da Educação Infantil é uma área delicada. A SMED não incluiu ainda nenhuma creche no Fundeb - nenhuma, Ver. Sebenelo. Portanto, tem que colocar mais recursos para que isso aconteça, tem que haver uma adequação pedagógica ainda, uma adequação dos espaços físicos e, principalmente, a legalização de terrenos e prédios. Esse é o sentido da Emenda. A Emenda encontrou - está correta - recursos no Orçamento que não prejudicam a ação da Prefeitura. Mas o que diz aqui? Que se retira do OP. Não, não há retirada do OP; é um equívoco, não há retirada do Orçamento Participativo. Acredito que está mal datilografada.

O que nos impressiona é que ela foi simplesmente rejeitada, não há um debate do Governo sobre essa questão do Fundeb, não há Conselho do Fundeb ainda, apesar de eu ter entrado com um Projeto de Lei em fevereiro, portanto as contas da Prefeitura nesse ano não terão parecer do Conselho do Fundeb se não votarmos, porque o Governo não priorizou.

Há um descaso, um descuido com a Educação no Município, o que vai trazer prejuízos. O Município poderá ter suas contas bloqueadas se o Conselho do Fundeb não tiver aprovado as contas. Se não dermos passos em relação às creches comunitárias para tornarem-se gratuitas, perderemos muitos recursos. Então, esta Emenda retrata novamente que o Governo está desgovernado, não tem clareza da política pública para a Educação Infantil e não tem clareza da prioridade para o seu Orçamento. É só de se lamentar que outras instituições com recursos muito vultosos, sem debate com o conjunto das entidades e por dentro do Conselho, estejam recebendo recursos, é de lamentar que essa correção importante em relação ao Fundeb não esteja sendo aceita.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 64, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, nós acabamos de ouvir agora o discurso da Verª Sofia Cavedon sobre uma Emenda relacionada à área da Educação. E o grande calcanhar-de-aquiles, nos 16 anos do Partido dos Trabalhadores, foi indiscutivelmente a área da Educação Infantil. Essa complexidade de uma Cidade que precisa, no mínimo, de 300 a 400 creches, mas tem cento e vinte e poucas - nove foram inauguradas este ano pelo Prefeito José Fogaça e há mais dezenove que, até a metade do ano que vem, serão entregues à população -, faz parte de uma política de Educação Infantil que não é suficiente, que não é nem satisfatória, mas é algum esforço que está sendo feito numa das áreas mais clamorosas, numa das áreas mais difíceis, numa das áreas em que, por mais paradoxal que seja, em vez de a gente tratar da criança e torná-la um cidadão, nós estamos fabricando assustadoramente os futuros marginais que vão infernizar a nossa segurança. Essa é a verdadeira realidade de uma Cidade que se revolve com uma dificuldade imensa nesta área, e ela é histórica, não é de agora.

Esta dificuldade de que todos falam diz respeito à prevenção. A prevenção é feita lá na creche. A prevenção é feita com a criança. Lá, quando ela forma o seu cérebro, é que começa o processo educacional, é dentro da família. Depois, então, quando não há possibilidade da família, da creche e fora da creche, nós não temos outra solução. Soluções intermediárias como o Programa Infância Melhor, o PIM, têm dado bons resultados, há um começo de trabalho muito bom em Porto Alegre, mas, mesmo assim, nós precisamos de um projeto maior e de mais tempo para sair em busca desse resgate, que é necessário, que é indispensável e que metodologicamente, por outras questões de insuficiência de Orçamentos, nós não temos.

Acho que qualquer postura em relação à área da Educação... E a Educação, realmente, foi muito malfeita; a cada Secretário, mudava o método. Quem quiser enlouquecer uma tropa, militarmente falando, mude o general a toda hora. Foi o que se fez na área da Educação em Porto Alegre: a cada Governo, a cada Secretário, nós tínhamos uma estratégia. Isso foi funesto para os interesses da Educação na cidade de Porto Alegre.

Por isso, achamos que esse processo, essa barra, forçando através de pequenas Emendas as questões de uma política muito mais ampla e que deve ser muito mais abrangente, certamente vai continuar sendo insuficiente. O que tem que ser feito é exatamente o que está sendo feito: administração por programas que confiram, pelo menos, à Educação Infantil isso que está acontecendo na cidade de Porto Alegre. Há uma melhora sim, há uma melhora, mas essa melhora ainda é muito pequena para as necessidades maiores, pela insuficiência financeira; isto é, nós precisamos, além da questão de gestão, das finanças. Quem sabe daqui a algum tempo nós vamos ter uma sociedade um pouco melhor, olhando melhor para as suas crianças.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):  Apregôo o Memorando nº 508 afirmando que o Ver. José Ismael Heinen estará representando a Câmara Municipal em jantar festivo alusivo ao encerramento do Campeonato Metropolitano de Bocha de 2007, a realizar-se no dia 12 de dezembro, às 20h, na Sociedade Amigos do Jardim Itu, nesta Capital.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda n° 64, destacada, ao PLE n° 021/07.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maria Celeste, M.D. Presidenta; colegas Vereadores e Vereadoras, cidadãos e cidadãs, eu quero defender a Emenda da minha colega de Bancada, Verª Sofia Cavedon, porque a Vereadora teve o cuidado que outros, infelizmente, não tiveram. Ela fez uma Emenda genérica para a Educação Infantil, um dos grandes problemas não apenas de Porto Alegre, mas da mãe brasileira, do pai brasileiro, da família brasileira. Muitas vezes, é ofertado um trabalho, principalmente para a mulher, muitas vezes cabeça de família, líder na família, Ver. Dr. Goulart, e ela não tem onde deixar as crianças, que ficam com parentes ou com uma criança menor de idade. Nós não estamos cuidando da Educação Infantil como deveríamos.

Não me venham com o papo de que fizeram uma meia dúzia de creches, porque foram todas feitas pela iniciativa privada, que este Governo chama de Governança, coisa que fizemos a torto e a direito na nossa Administração: as parcerias e as compensações que a iniciativa privada têm que fazer por atividades econômicas compensatórias para a Cidade. Lembro, entre outros, o caso Carrefour na Zona Norte. Não me venham com esse papo, porque isso não é novidade nenhuma, porque para mim a Governança é sinônimo de festança e de gastança em coisas que não têm a ver com a nossa realidade, com a necessidade.

Quando uma creche é encaminhada pelo Poder Público, como foram alguns casos, eu tenho aqui a grandeza, em nome da minha Bancada, de elogiar. Cito a Vila Pinto e a Vila Tronco. Eu elogio, porque são iniciativas importantes, uma, inclusive, da iniciativa privada. Agora, negar uma Emenda geral não-carimbada... Enquanto isso, eu já vou avisando: não ficará assim! Nós vamos disputar essa questão; se necessário for, Ver. Professor Garcia, na Justiça, porque, afinal de contas, no País, nós ainda temos a regra de Montesquieu - três Poderes: Poder Executivo, Poder Legislativo, que somos nós, e o Poder Judiciário. E temos no Rio Grande do Sul, felizmente, um Ministério Público vigilante. Não fosse isso, não tinham cassado os conselheiros tutelares. Não fosse o Ministério Público vigilante, a Drª Miriam não teria entrado nos ônibus para verificar como funciona ou não funciona o  TRI. Eu espero que no futuro seja trilegal, mas hoje não é legal, tem que melhorar.

A Emenda feita pela colega Sofia tem esse mérito, essa grandeza da universalidade, por isso a minha Bancada tem dito ao Partido dos Trabalhadores, à sua direção, aos companheiros Deputados Federais, que - e o Marcelo Danéris, que é nosso Presidente, tem sistematicamente colocado essa questão - não deveria haver emenda parlamentar, essa é uma posição do Executivo; e a nós caberia a  fiscalização. Mas, enquanto não terminar, nós vamos disputar, porque este Orçamento foi malfeito, mal redigido, e é, como eu disse e volto a repetir, usando as palavras do Ver. Comassetto, uma “plataforma windows”, cheia de janelinhas, com uma miséria de grana, janelas que depois podem ser modificadas a bel prazer.

O Ver. Dib foi Prefeito e sabe como se arrecada e como se gasta, pena que desta vez não tivemos o apoio do Vereador e ex-Prefeito João Dib, mas creio que, depois de todo o nosso debate aqui, ele vai nos dar razão, num futuro próximo, pois nós peleamos durante toda uma semana aqui com a base do Governo para fazer a coisa certa, porque não subimos a esta tribuna para fazer gastança de tempo, para fazer furdunço. Nós, efetivamente, estamos aqui para defender a democracia e defender  dinheiro público. Esta é a voz do PT. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 64, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ouvi atentamente a fala do Ver. Adeli Sell e fico surpreso quando ele coloca a questão das Emendas,  porque lá em Brasília,  Ver. Adeli Sell, o  que mais se vê  quando  tem projeto pesado é o Governo indo atrás dos  Parlamentares para  tentar resolver  as suas mazelas.

Quero colocar especificamente com relação à Emenda da Verª Sofia Cavedon: quando colocamos que não se especifica e não se altera, depois da questão do OP... Quero dizer a senhora, Verª Sofia Cavedon, que V. Exª é daquelas a favor do Orçamento Participativo, apesar de eu não saber se o PT continua a favor do Orçamento Participativo total, porque quebrou um paradigma neste Orçamento e pela primeira vez votou a favor de Emenda de pavimentação. Sim, V. Exas. votaram a favor de Emenda de pavimentação. Eu fiquei surpreso, foi a primeira vez que o Partido dos Trabalhadores... É o tempo, decerto estão revendo alguns conceitos, estão mudando.

Mas o que eu coloquei aqui, e foi exatamente em cima do Orçamento Participativo, é que essas demandas são e deverão continuar sendo discutidas com a população. E nós sabemos que a questão da Educação Infantil é, sem sombra de dúvidas, uma das maiores demandas da nossa Cidade. A trabalhadora humilde - eu usei o termo trabalhadora, mas muitas vezes quer ser trabalhadora e não consegue - tem que deixar seu emprego, o seu trabalho porque não tem com quem deixar as crianças. Ora, está previsto para até o final do ano que vem dezenove novas creches, com atendimento para mais de mil crianças. Dezenove creches é algo que ainda não contempla a totalidade da demanda de Porto Alegre.

Daí, eu consulto aquele que está em casa nos assistindo: quando algum Governo, num espaço curto de tempo, fez dezenove creches? Por quê? Porque priorizou a Educação Infantil! Porque a questão da gestão da coisa pública nada mais é do que saber aplicar aqueles recursos onde é possível e com o que se tem. Tenho certeza de que cada um de nós faz a mesma coisa dentro do Orçamento. Então, quando a Vereadora coloca a questão de recursos de um milhão de reais, o que eu digo? Não! Essa discussão é feita dentro do OP, que já tem as suas demandas com as suas comunidades, e, em cima disso, foram contempladas dezenove novas creches; mais de mil crianças serão atendidas. Não é a totalidade da demanda. Agora, dentro dos princípios, sim, vamos discutir com a população. Mas talvez a Bancada do PT agora esteja revendo os seus conceitos e ache que  não seja a melhor forma de discutir novamente com a sociedade no seu todo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação nominal, por solicitação da Verª Clênia Maranhão, a Emenda nº 64, destacada, ao PLE nº 021/07. (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM; 21 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 65, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 65, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, esta Emenda é singela mas muito importante exatamente no reforço, Ver. Professor Garcia, do processo do Orçamento Participativo. O Centro Municipal de Educação para Trabalhadores é uma escola muito mobilizada nas reuniões da região Centro; e participa toda a escola, não são só os professores, são professores e alunos, porque é um centro de trabalhadores que funciona pela manhã, pela tarde e pela noite; há muitos jovens, muitos alunos com deficiência, muitos idosos, muitas situações de vulnerabilidade social. Eles muito lutaram para sair, há uns sete ou oito anos, de um prédio alugado ali no Centro, com salas inadequadas; conseguiram priorizar no Orçamento Participativo. Adquirimos um prédio que - na época eu era Secretária-Adjunta, o Prefeito era o Raul Pont -, com o uso, também se mostrou inadequado. Era um prédio que dependia completamente de ar-condicionado, e, com a caracterização cada vez maior de idosos e de alunos com deficiência - o prédio tem escadas -, se estragasse o elevador, inviabilizaria a mobilidade. O CMED continuou se mobilizando, indo para a temática e para o Orçamento Participativo do Centro, negociando com a SMED para encontrar um local na mesma região.

É uma escola com mais de mil alunos, não pode sair do Centro, porque recebe alunos de diferentes lugares da Cidade para darem continuidade aos seus estudos, incluindo a questão de educação de adultos, a saída dos jovens aos 21 anos da escola especial, muitos jovens vão para o CMED; os alunos da Escola Porto Alegre, meninos com situação de rua ou com ex-situação de rua. Portanto, essa escola tem que ficar no Centro, mas é muito difícil essa situação de encontrar lugar no Centro. Agora, há uma luz, que é um terreno da SMIC aqui na Cidade Baixa, um local que poderá servir para a construção do prédio.

Nós indicamos apenas 15 mil reais para a realização do Projeto, para quê? Para que o processo não pare, porque são muitos anos de luta daquela escola. Há um empecilho hoje - até reunião com o Secretário Cecchim já fiz sobre o prédio do CMED -, uma dificuldade para que esse terreno seja cedido entre a SMED e a SMIC. Portanto, o sentido da Emenda é singelo, mas respeita profundamente o OP e o processo de diálogo dessa escola com o Governo Municipal. A Emenda tem um valor muito menor do que qualquer uma das outras Emendas - por exemplo, os 60 mil reais para o canil municipal -, mas foi simplesmente rejeitada! Eu só posso entender que isso aconteceu por ser uma Emenda desta Vereadora, que é de oposição, que trabalha com Educação. E nenhum protagonismo pode se dar para os Vereadores da oposição...! Essa é a decisão e a deliberação deste Governo! Nem que seja o protagonismo que reforce, inclusive, algumas ações boas que o Governo Fogaça está fazendo, tentando localizar e resolver o problema de terreno entre duas Secretarias, que de fato é algo difícil - está aqui o Secretário Beto Moesch, que sabe muito bem como é.

A outra Emenda que nós vamos discutir daqui a pouco diz respeito à Escola Nossa Senhora do Carmo, que até hoje não teve a sua reconstrução por falta de entendimento e diálogo entre as Secretarias - SMAM, DEMHAB e  SMED. Portanto, senhores, é inexplicável que haja recursos de 360 mil reais, volto a dizer aos telespectadores e cidadãos desta Cidade, aprovados neste Orçamento para uma instituição comunitária, meritória, e não se aprovem 15 mil para realizar o projeto da reconstrução da escola. São 60 mil para o canil municipal, mas não se aprovam 15 mil para um projeto de escola. São 25 mil para uma cancha de bocha - não tenho nenhum problema com a cancha de bocha -, só que a reconstrução de uma escola não é prioridade!

Portanto, há um lado, sim; há um favorecimento, sim; quem é do Governo é favorecido; os Vereadores de Governo não aceitam sugestões, interferências da oposição. E pior: burla-se, sim, Ver. Garcia... Posso seguir com essas questões que levantei, como a AADRA: olhando com mais cuidado ainda, verificamos que não são somente 50 mil direcionados à AADRA - Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais -, são 150 mil. Logo acima há uma Emenda também aprovada, do Ver. Elias, de cem mil reais, que vai como auxílio financeiro a entidades, a mesma instituição ligada a sua igreja. São 150 mil para a AADRAS e 15 mil para um projeto de reconstrução de uma escola que luta no OP há cinco anos, mas a Emenda não é aprovada. Que lógica tem este Relatório, Ver. Garcia? Que prioridade tem este Governo? Que relação tem com esta Cidade?

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar, como Relator, a votação da Emenda nº 65, destacada, ao PLE 021/07.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, faz três dias que eu tenho escutado a Verª Sofia falar no princípio republicano. E ela deu várias explicações do que é o principio republicano; que as Emendas eram de ordem coletiva, não individuais. Senhoras e senhores, eu vou ler o que diz a Emenda da “republicana” Verª Sofia Cavedon (Lê.): “O atual prédio onde funciona o Centro Municipal de Educação do Trabalhador Paulo Freire, situado na Rua Jerônimo Coelho, não oferece condições adequadas ao atendimento dos mil jovens e adultos que não tiveram acesso ao ensino regular na idade apropriada. Já existe área destinada para a construção de novas instalações, assim, justifica-se a realização de projeto executivo para a construção de novo espaço escolar.”

Vereadora, o seu Projeto tem mérito, mas a senhora ficou três dias falando em cima do princípio republicano e aí apresenta uma Emenda especificamente para um lugar. Eu acho que não está errado, só que o discurso tem que ter coerência, e V. Exª não está sendo coerente. Onde está o princípio republicano? Ou o princípio republicano vale só para determinadas coisas? Bom, se for válido assim, é republicano; se não for, não é republicano... Não podemos trabalhar com essa lógica, embora eu diga - e falei para a Vereadora - que o Projeto tem mérito.

Agora, na mesma fala, V. Exª diz que o pessoal se organizou, foi para o Orçamento Participativo e não conseguiu ter a sua demanda contemplada. Isso, por si só, dentro das prioridades, Vereadora, dentro das prioridades! E sabemos da dificuldade da escola, só que o princípio republicano foi quebrado. Não é este Vereador que está argüindo toda a questão do princípio republicano, eu acho que o princípio maior é trabalhar para a questão do bem comum. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 65, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, falo aqui em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Essa Emenda rejeitada - de autoria da Verª Sofia Cavedon - prevê a ampliação e manutenção do atendimento escolar fundamental, e esse recurso é buscado, é previsto para a elaboração de Projeto, uma vez que já há terreno disponível. E as nossas Emendas de Bancada têm por objetivo melhorar a Cidade, melhorar a vida das pessoas na Cidade.

Eu quero fazer essa referência, porque, quando eu vi a discussão anterior - quero aqui fazer um parênteses da manifestação, Verª Margarete -, das duas Emendas anteriores, lembrei da aflição das pessoas da Nova Gleba, por exemplo, quando transbordou o arroio Feijó. Todas pessoas sofreram com a inundação. Isso, desde que eu conheço a história de Porto Alegre, não havia acontecido. Aconteceu por desleixo, por descaso das autoridades governamentais aqui de Porto Alegre e também do Governo do Estado, que tem que fazer esse serviço ordinariamente, independentemente de estarem gravados recursos especiais e independentemente do Orçamento Participativo, porque são obras de rotina, a dragagem termina numa ponta e começa na ponta original. Ela tem que ser permanente, de acordo com a fotos que nos trouxeram, a água chegou a bater nas cabines dos orelhões. Muita gente perdeu absolutamente tudo, e isso poderia ter sido evitado.

Da mesma forma, Verª Margarete, no ano passado, no último dia do ano, nos procurou aqui o grupo de acesso das entidades carnavalescas, por quê? Porque eles haviam sido alijados na totalidade. Fomos ao Prefeito, Vereadora, e ele disse: “Eu não posso admitir uma coisa dessas. Eu sou carnavalesco, defendo a cultura na Cidade, e o que estão fazendo com vocês é uma injustiça”. Portanto, quando a senhora propõe uma Emenda com essa qualidade é porque a senhora quer que uma atividade da cidade de Porto Alegre seja melhor e mais democrática. E, quando a Verª Sofia propõe essa Emenda para o desenvolvimento do projeto da Escola Especial, é porque nós estamos querendo ajudar a cidade de Porto Alegre. E o conjunto dos Vereadores não só tem o direito, mas tem a obrigação de contribuir para que a Cidade seja melhor, porque nenhum ponto de vista pode ser exclusivo, dizer que ele é depositário, que ele é dono, que ele controla e pode comandar tudo. Não, não pode ser assim. A oposição tem também um outro olhar, um outro ponto de vista, uma outra sensibilidade, com que ela busca, sim, contribuir.

Vejo com muita ênfase, por exemplo, que o Deputado Raul Pont apresentou uma idéia que foi aceita pela maioria do Governo e elogiada em todos os meios de comunicação, que é de pagar o 13º com os próprios fundos previdenciários. Agora, não dá para entender. Aqui - esta é nossa última Emenda -, nenhuma das Emendas advindas do PT e da Frente Popular foi aprovada. Nenhuma delas parece que teve validade. Nenhuma delas parece que teve importância e pôde ser considerada. Então a nossa rebelião, o nosso protesto, é pela insensibilidade e falta de consideração para quem tem história e para quem quer contribuir para a melhoria da nossa Cidade, sobretudo a melhoria da vida dos cidadãos porto-alegrenses. Por isso é que nós pedimos apoio à Emenda de nossa querida colega Sofia Cavedon. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Mario Fraga, a Emenda nº 65, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 05 votos SIM; 20 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 66, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 66, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Ver. Professor Garcia veio aqui dizer que a Educação Infantil é uma prioridade do Governo Municipal, que o Governo vai construir 19 creches. Quero lembrar que em 1993 não havia nenhum convênio com as creches comunitárias de Porto Alegre, e, de uma tacada, o Município conveniou quarenta delas, porque terminava o subsídio federal, período Fernando Henrique Cardoso, elas estavam sem nenhum amparo, nenhum recurso, e o nosso Município, a partir do processo do Conselho da Criança e do Adolescente, constituiu a primeira forma de subvenção. Dali para diante, para o ano de 2003, em que fui Secretária de Educação, foram dez anos, nós tínhamos, então, 117 creches conveniadas. Íamos conveniando dez a cada ano e começamos a construir a partir das decisões do Orçamento Participativo. E deixamos indicadas, em projeto, ou em processo de liberação de terreno, 23 creches decididas pela Cidade. Os moradores, a periferia encontraram um espaçozinho lá nos recantos mais longínquos, onde é necessário o atendimento da criança e do adolescente.

Nós estamos, sim, torcendo para que essas 23 creches que estavam indicadas - e com certeza nesses três anos mais indicações aconteceram - se realizem, porque essa área, apesar estarmos com o Fundef... Ver. Sebenelo, o Fundo de Educação no Ensino Fundamental vinculou a Educação Fundamental, não nos permitindo ampliar mais a construção de 33 escolas infantis públicas, porque os recursos para a Educação Infantil ficaram achatadíssimos, e nós conseguimos ampliar através do convênio-creche e vamos respeitando e valorizando. Em 2003, colocamos um milhão a mais na revisão dos dez anos do convênio. Não precisou do Orçamento Participativo, porque foi uma revisão discutida com o CMDCA, quando incorporamos o abono para  berçário, porque é mais caro, porque a creche comunitária não consegue manter os bebês.

Ora, no início do Governo Fogaça, tivemos que brigar para que as creches fossem reconstruídas e não depredadas como a Castelo, que hoje está funcionando; visitamos com a CECE. E a situação da Tronco? A minha Emenda, para sua reconstrução, levou seis meses. Era uma creche que tinha sido interditada, é verdade, foi bem no final do nosso Governo. Nós fizemos várias reformas naquele espaço da Vila Tronco e chegamos ao limite. Demoramos alguns meses para conseguir um espaço alternativo, colaboramos, sugerimos, acompanhamos pela CECE - o Ver. Adeli era Presidente. Até hoje a Escola Infantil Tronco, própria, atende 20 crianças a menos, num espaço que parece uma casinha de bonecas, tal o capricho dos professores e educadores. Só que, naquela região, esse atendimento a menos é muito complicado. Muitas crianças acompanham os pais na carroça nessa região.

Então, foram dois anos para encontrar um novo terreno, parece que agora encontraram. Estamos gravando, sugerindo, destinando recursos para a construção de uma creche municipal própria, uma escola infantil própria, porque a SMED afirmou que tinha recursos para este ano. Portanto, não entendo por que essa Emenda é rejeitada. Não entendo! Não é uma invenção, nós tivemos reunião da CECE este ano sobre esse assunto. A Direção veio aqui na Comissão de Educação. Nós pressionamos o Governo, ajudamos no que foi possível neste período. A Emenda é conseqüência de um trabalho de ano inteiro, de acompanhamento de ano inteiro. Não é uma invenção. Não é um benefício. Ninguém vai achar que a Verª Sofia... Porque elas vieram à CECE, estiveram aqui, discutiram com o Governo; estamos debatendo esse tema há três anos. Faz três anos que a Escola Infantil Tronco atende, em vez de sessenta crianças, quarenta, porque não pode atender os bebês, isso numa região muito miserável, com muita necessidade. Não entendo, de novo, os critérios; não entendo por que se atende a construção ou melhoria de um canil e não se atende a reconstrução de uma creche para mais 20 crianças. Atende-se a uma cancha de bocha, mas a creche não, a escola infantil não; atende-se com 360 mil reais a UAMPA, mas a creche não. Aí, o Ver. Garcia vem aqui e diz: “A prioridade é a Educação Infantil no Município de Porto Alegre”. Não combina com os fatos!

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda n° 66, destacada, ao PLE n° 021/07.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maria Celeste, Presidenta desta Casa; colegas Vereadores e Vereadoras, Ver. Ervino Besson, eu queria falar para Vossa Excelência...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Ervino Besson.)

 

O SR. ADELI SELL: Exatamente, o senhor falou com a Verª Sofia, e eu ouvi...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Ervino Besson.)

 

O SR. ADELI SELL: Claro, de brincadeira, mas é nas brincadeiras que as verdades aparecem.

A questão que a Vereadora apresentou é de uma seriedade a toda a prova, “resiste a chuvas e trovoadas”, porque, eu repito, Ver. Braz, as crianças em nossa Cidade merecem uma atenção maior de nossa parte. Eu não vim aqui para achincalhar ninguém, porque sei dos débitos que também tenho, que o senhor tem, que V. Exas. têm com a primeira infância, pelas dificuldades da primeira infância da periferia. Nós conhecemos as favelas, nós conhecemos o pantanal na Grande Cruzeiro, Ver. Sebenelo - e V. Exª, que é um médico, há de convir comigo: quem por ali cruza, tendo conhecimento científico na área da Saúde, fica mais horrorizado do que o cidadão comum. Não é diferente em algumas outras favelas da Cidade, onde uma mãe, às vezes, tem condições de trabalhar e é chefe de família.

Sobre a questão das creches, no caso específico da Vila Tronco, da Vila Tronco Neves: nós estivemos lá três anos atrás, ajudamos a comunidade a fazer uma reunião com a Prefeitura na mais tranqüila serenidade. Se estou bem lembrado, o Ver. Ervino Besson acompanhou ou havia pessoas da sua relação naquela reunião. Por que nós estamos pagando um aluguel, depois de três anos, de um lugar inadequado? A Verª Neuza Canabarro, que construiu CIEPs, que construiu escolas em Porto Alegre e no Estado, sabe que é muito mais barato construir um equipamento, inclusive multidisciplinar, do que, pura e simplesmente, alugar espaços! Não tem cabimento!

Se ali tivéssemos uma creche construída - porque o terreno é condizente -, Ver. Todeschini, a tal da cozinha comunitária, que não se tinha espaço para ser colocada, poderia ser ali tranqüilamente. Não tinha espaço. Não estou criticando a atual Administração por não ter achado espaço na região para uma cozinha comunitária, porque os equipamentos lá são restritos, mas por que não combinar, então, que a Tronco Neves, aquela parte onde havia escola infantil, Sofia... Os entulhos estão lá. Poderia ter sido feito um equipamento, resolvendo o problema da cozinha comunitária, que, ao mesmo tempo, poderia fornecer alimentos para aquelas crianças, e nós temos menos crianças na creche acochambrada. A mesma coisa que eu disse aqui várias vezes! Fiz dossiê, larguei na mão do Prefeito sobre o caso da Castelo. Levaram tudo, absolutamente tudo, virou uma tapera, e lá, novamente, pagamos a conta, porque é dinheiro público! Eu não entendo.

Eu queria falar ao nosso telespectador que, nesse ano de 2008, vou ficar com um sabor amargo na boca e uma dor no peito, Ver. Professor Garcia. Eu não me conformo, eu não me conformo! Eu tinha muitas esperanças na sua Relatoria, muitas esperanças. Eu tinha esperança de que as emendas globais houvessem sido aprovadas, mas, em contrapartida, tive uma frustração de que emendas carimbadas para instituições diretamente vinculadas a um outro Vereador foram aprovadas. Eu tinha uma esperança, Ver. Garcia, de que as emendas globais para as crianças, para as creches, sem carimbo, houvessem sido aprovadas. Em contrapartida, tivemos uma instituição, que coloquei aqui... O Vereador irritou-se, inclusive, na outra vez e hoje, por sinal, sumiu do plenário, como sói acontecer. Então, devagar com o andor. O Governo errou, e cabe a nós, da oposição, cobrar, reclamar e, se necessário for, ir à Justiça, o que será feito. Falou a Bancada do PT.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 66, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.)

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, é mais uma Emenda que quebrou novamente o princípio republicano da Verª Sofia Cavedon. Quero dizer que sou daqueles que defendem que o Vereador possa fazer esse tipo de Emenda, mas não foi aquilo que V. Exª colocou durante os três dias, quando disse que são princípios universais, e agora o Ver. Adeli Sell também está colocando. Ver. Adeli, quero dizer que V. Exª não precisa ficar frustrado, porque, no próximo ano, será convidado para inauguração das 19 creches, será convidado para inauguração de duas escolas fundamentais, mostrando que a preocupação pelo Ensino Fundamental, pelo Ensino Infantil é uma preocupação do Prefeito Fogaça, porque essa foi a grande demanda do OP, a qual Fogaça fez questão de dar continuação.

Vejo, agora, que os senhores parecem que estão ficando de costas para o Orçamento Participativo, querendo talvez não reconhecer mais. Porque, quando se fala na questão da reconstrução, ora, sabemos que, para 19 creches...  Verª Sofia, V. Exª foi Secretária da Educação, sabe muito bem, 19 novas creches... A senhora, no próximo ano, vai ficar grande parte do seu mandato acompanhando as inaugurações das obras, que certamente serão realizadas não somente em relação à Educação Infantil, mas ao Ensino Fundamental. Vossa Excelência, recentemente, foi ao lançamento da pedra fundamental no Rincão e, daqui a alguns dias, será convidada não só como Vereadora, mas como ex-Secretária para ir lá na Moradas da Hípica.

Ora, este é um Governo que se preocupou, que se preocupa e muito com a questão da Educação. Ver. Adeli Sell, pode ficar tranqüilo que V. Exª será convidado para a inauguração de 19 creches. Vossa Excelências  terão a oportunidade de participar de todos os eventos de inauguração, certificando-se de que este Governo se preocupa com a Educação. Sabemos que ainda muito terá que ser feito, mas é o que está sendo possível dentro dos  valores orçamentários. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):  Em votação nominal, solicitada pela Verª Clênia Maranhão, a Emenda nº 66, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA a Emenda por 06 votos SIM; 16 votos NÃO.

Em votação a Emenda nº 67 destacada ao PLE nº 21/07. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 67, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Ver. Ervino, até eu estou cansada, foram quatro modestas Emendas, e nenhuma foi aceita. Hoje vou me sentir com a auto-estima muito baixa ao sair daqui, porque, de fato, a Educação, por mais que discursem aqui, não é prioridade. A Verª Neuza Canabarro acompanhou essa situação da Emenda que propus aqui: Escola Nossa Senhora do Carmo, Restinga. Essa também é uma Escola que procurou ajuda na Comissão de Educação, a Verª Maristela sabe, foi uma escola da 5ª Unidade conquistada à força pela comunidade, pelos diferentes reassentamentos que aconteceram ali. Começou como um apêndice da Escola Mário Quintana, na Vila Castelo. A Professora Maria do Carmo foi para lá ser Diretora da Escola, depois a comunidade quis homenageá-la e colocou a denominação de Nossa Senhora do Carmo, para lembrar a primeira Diretora que tomou a frente da batalha.

Ora, por isso ela foi construída, por essa ousadia da comunidade, que, no ano seguinte, foi para o OP e a colocou em primeiro lugar. Ela foi construída em blocos de madeira - agora não lembro o ano, 2003 talvez. E a Escola, por óbvio, foi para o Orçamento Participativo no ano seguinte, a Restinga colocou em primeiro lugar a Educação, colocou em primeiro lugar a Escola Nossa Senhora do Carmo, a reconstrução. E a situação não deslinda, apesar de a SMED afirmar aqui, na Comissão de Educação, Cultura e Esportes, que tinha recurso para reconstrução, que tem projetos, se der para ser o projeto básico, ou padrão, e que dependia... Veio pedir socorro. O Ver. Beto Moesch está aqui, não foi uma vez que eu telefonei para ele, foram várias as vezes que liguei pessoalmente para o Secretário da SMAM, porque dependia de um entendimento entre DEMHAB e SMAM a respeito da área de preservação ambiental, pois há ali os maricás, as nascentes de água, onde exatamente a Escola poderia se localizar.

Assim, a Escola passou o ano fazendo romaria à SMED, ao DEMHAB, à SMAM, à Câmara, com documentos, fizemos uma visita, tivemos três reuniões da CECE dedicadas a esse tema, três reuniões, Ver. Professor Garcia, da Comissão de Educação. Nós fomos à Restinga, filmamos a Escola, há muita água embaixo de um dos prédios, e não houve solução pelo Governo. Não sei ainda se já foi liberada a área para reconstrução, não sei. O jornal Diário Gaúcho estampou uma página inteira, e não foi por obra nossa, de Vereadores de oposição, foi por clamor da comunidade pela indignação de um Secretário empurrar a questão para o outro. E eu falei pessoalmente com todos Secretários, a Verª Neuza falou com um na Reunião da CECE em que nós estávamos, não lembro qual.

Portanto, a Emenda é resultado dessa caminhada, do recurso que a SMED afirmou que tinha; portanto, de priorização no OP. Caminhada que foi prejudicada pela incompetência e pela falta de prioridade dos Secretários e das Pastas referentes. E a Escola está lá atendendo em extrema pobreza, com muitos alunos, precisando de mais condições, fazendo trabalho transformador e tendo de enfrentar burocracia, incompetência e fragmentação. A Emenda é para a reconstrução da Escola Nossa Senhora do Carmo, na Restinga: mérito daquela comunidade, não é mérito da Verª Sofia. Agora,  o mérito deste Governo é não respeitar todo esse movimento, toda essa luta da comunidade, não querer gravar no Orçamento e reconstruir no ano que vem, minimamente tencionando seus Secretários para se entenderem e liberarem a área: a escola já está sobre a área, não tem por que inventar outra área. É uma questão de liberar, de haver um entendimento,  uma priorização.

De novo, o Relator não respeita a luta, a caminhada, não respeita os processos do Orçamento Participativo, e não adianta ele dizer aqui que nós queremos romper com esse processo. Nós aqui estamos reforçando o processo e denunciando, sim, que está sendo desmoralizado o Conselho da Criança e do Adolescente, que está se criando, pela primeira vez na história de Porto Alegre, depois de 16 anos de Orçamento Participativo, critérios de relações políticas de Vereadores, de entidades que, em vez de irem aos processos coletivos da Cidade, se relacionam com seus Vereadores e aí resolvem o seu probleminha pontualmente.

Abandona-se, joga-se a história da Cidade na lata do lixo, a história que marcou a democracia nesse último período, não a de Porto Alegre, mas a democracia do Estado, do Brasil e do mundo, hoje é uma história repetida em vários países do mundo e que está sendo, aos poucos, desvirtuada e abandonada pelo Governo Fogaça. E não nós, Ver. Professor Garcia, mas o seu Relatório, sim, é o retrato do Governo Fogaça, que faz o discurso da participação, mas usa o dinheiro público como beneficiamento de algumas figuras políticas; portanto, provocando a submissão das comunidades à relação política e não à relação soberana com a política pública. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda  nº 67, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, prezada colega Sofia Cavedon, tem razão V. Exª quando propõe esta Emenda, porque todos nós temos consciência de que o investimento na criança e no adolescente deve ser prioritário em todas as situações e em todos os Governos. E nós temos uma Emenda aqui, da Verª Sofia, que busca resgatar algo que existia e que virou um pesadelo; aquilo que era um sonho se tornou uma tormenta, porque o descaso do Governo para com a criança e o adolescente tem sido muito grande.

Inclusive, Verª Sofia, na última quarta, quinta e sexta-feira, nós tivemos aqui um encontro promovido pela Cepal e pela Fundação Kellogg, lá encontrei a Verª Neuza também. Porto Alegre, que tinha a tradição de práticas inovadoras, de investimento na criança e no adolescente, na proteção social, na proteção ao trabalho infantil, nas idéias criadoras, nas iniciativas de inclusão social, já não é mais lembrada. Porto Alegre não recebeu nenhum dos 12 prêmios e sequer uma das duas menções honrosas. Por quê? Não tenho dúvida: falta trabalho, falta dedicação e falta prioridade. Alias, é bom que se volte a dizer: não é por acaso que Porto Alegre perdeu o Fórum Social Mundial. É porque aqui as pessoas não são mais prioridade; as prioridades são outras, de outros interesses, dos interesses conservadores e tradicionais que fazem a aplicação do dinheiro conforme aquilo que dá mais mídia, conforme aquilo que dá mais vantagens para alguns setores, que não a maioria da população. É nisso que a Cidade se transformou, é disso que nós estamos falando.

E, aí, não é por acaso, Verª Sofia, que temos perda ambiental, temos perda social,  temos perda com a insegurança, e isso tem todas as conseqüências do abandono da Cidade: a sujeira, a escuridão, o aumento de crianças nas sinaleiras e nas esquinas. O Programa Fome Zero está completamente desmoralizado, ainda que em outras cidades, Ver. Oliboni, ele seja pujante, seja a luz, o alento, o fortalecimento das comunidades e uma aposta muito grande para as gerações futuras. Mas isso tudo a gente não vê mais na Cidade; ao contrário, nós vimos árvores de Natal bem enfeitadas, e dizem: “Isso é da iniciativa privada!” Eu quero saber aqui, da Liderança do Governo, se existe janta de graça, se é pura bondade como se anuncia, ou onde estão, de fato, as dedicações e o resgate daquilo que é a história da nossa Cidade: vitórias e conquistas na cultura, na inclusão social.

Verª Sofia, quantos prêmios a Cidade recebeu destinadas à proteção da criança e adolescente, à Educação Infantil, à escola da inclusão? Isso tudo deixou de ser notícia, Porto Alegre não representa mais quase nada, apesar de sediar aqui o Encontro da Cepal - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. O órgão das Nações Unidas faz o encontro em Porto Alegre, inscrevem-se mais de novecentos programas, e aquilo que era uma tradição de Porto Alegre - despontar na liderança - sequer é lembrado, nem com a menção honrosa. Isso não sou eu que estou dizendo, a Verª Neuza estava lá comigo, e todas as pessoas da imprensa testemunharam, mas, como muitos guardam parcerias e têm um bom zelo pelo atual grupo dominante na Cidade, então pouco disso é sabido, pouco sai na imprensa. Mas é bom que se diga.

Nesse sentido, a sua proposição, Verª Sofia,  tem o objetivo de resgatar a dignidade e a necessidade do investimento e a prioridade, de fato, da criança e do adolescente. Então, cumprimento-a pela iniciativa. Um abraço, obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Professor Garcia, a Emenda nº 67, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM; 17 votos NÃO.

Em votação nominal a Emenda nº 71, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 71, destacada, ao PLE nº 021/07.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que acompanha o Canal 16, creio que todos nós, seres humanos, temos o direito, Ver. Besson, de escolher a nossa religião ou credo; todos nós, seres humanos, temos esse direito. Não é justo que um Vereador faça uma discriminação direta na Lei Orçamentária deste Município; porque ele libera 50 mil reais para os adventistas e não libera 10 mil reais para a igreja católica, por exemplo. Por incrível que pareça, Ver. Besson, V. Exª é um dos Vereadores que vai à Romaria das Águas em Belém Novo. Ver. Mario Fraga, V. Exª também é um dos que participam. Eu gostaria de ouvir agora os Srs. Vereadores - Ver. Nedel, o senhor também vai -, se os senhores votaram contra esta Emenda de 10 mil reais para a Romaria das Águas em Belém Novo. Vossas Excelências sabem que todos esses eventos culturais da Cidade - e se tornou evento cultural por uma Emenda do Comassetto, o Vereador não está aqui, mas foi ele que encaminhou a Emenda - precisam de recursos,  a fim de promover o evento religioso, de fé, das pessoas que para ali vão, de acordo com a sua vontade, a sua religião, o seu credo.

Nós percebemos, Ver. Garcia, que para a Romaria de São Jorge, da qual V. Exª participa, é autor do Projeto que o torna evento cultural da Cidade, são destinados recursos públicos. Ótima idéia, é isso aí, porque há a estrutura de som, de lonas, enfim, tem de haver toda uma infra-estrutura para atender o enorme número de pessoas que participam do evento. Pois o Ver. Garcia, Relator desta Peça Orçamentária, negou 10 mil reais para a Romaria das Águas. Eu vim aqui, Ver. Garcia, fazer um apelo em nome do autor da Emenda, o Ver. Comassetto, para que a Casa reveja essa posição, um gesto tão simples, mas de uma enorme grandeza espiritual, Ver. Besson. Deus é igual para todos, não é diferente. Não pode ser maior para os adventistas e menor para os católicos. Isso é uma discriminação pública, Ver. Garcia; uma discriminação simples, mas pública. As pessoas não podem ser discriminadas nem por credo, nem por muitas outras coisas. Portanto, eu pediria uma revisão nessa atitude do Relator, porque, diga-se de passagem, é muito pouco recurso. Aliás, todos os eventos culturais da Cidade, independente de qual seja o Vereador, o autor, deveria já ter recurso destinado para tal, porque o Prefeito Municipal vai a todos eles, o Secretário da Cultura vai a todos eles. E, lá, todos eles falam muito bem das atividades paroquianas que são feitas na Cidade, porque isso é uma forma de integração, Ver. João Antonio Dib. Nós não podemos julgar isso como uma outra coisa qualquer. É de extrema importância que os Vereadores revejam essa posição, e, por favor, vamos dar um sinal de que isto não pode acontecer: a discriminação. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):  O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda n° 71, destacada, ao PLE n° 021/07.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras, meus prezados colegas Vereadores, meu prezado Relator, prezado Ver. João Antonio Dib, que acenava aqui com pedido de esclarecimento sobre esta Emenda, o senhor já foi Prefeito desta Cidade e ajudou a construir muitas políticas públicas. Aproveito a presença do Secretário Beto Moesch, do Meio Ambiente, que esteve comigo este ano no ato da Romaria das Águas e que lá falou oficialmente em nome do Executivo Municipal, porque lá é realizada uma atividade ecumênica de todas as religiões e um ato ambiental em defesa do recurso natural mais disputado na atualidade do planeta, que é o recurso água.

Como todos nós sabemos, o arquipélago, ou melhor dizendo, o Parque - que foi registrado e é lei estadual -, o Parque das Ilhas, é composto pelas Ilhas: Grande dos Marinheiros, do Pavão, das Flores, Pintada, tem todo um trabalho relacionado às águas, ou melhor à preservação das águas. E, Ver. Garcia, esta atividade, a Romaria das Águas, é uma atividade proposta pelo Executivo e votada por este Legislativo, consta do Calendário Oficial da Cidade. Ela faz parte do calendário do turismo de Porto Alegre. Nós verificamos o Orçamento vindo do Executivo, consultamos, inclusive, a então Secretária Ângela Baldino, da disposição, do interesse por esta atividade. Como não estava contemplado no Orçamento com a sua disposição positiva - falo aqui da então Secretária Ângela Baldino -, fizemos uma Emenda singela, de 10 mil reais, que é um valor insignificante do ponto de vista do Orçamento Municipal, mas que é muito sublime do ponto de vista das comunidades que se auto-organizam para manter vivo no Calendário da Cidade um evento que é oficial, que é do Poder Público Municipal.

E eu já registrei aqui: contou com a presença do Secretário Beto Moesch, que participou este ano da Romaria das Águas, representando o Executivo Municipal, defendendo o quê? Defendendo um bem natural, que é a água. Lá foi feito um ato ecumênico, com diversos segmentos religiosos, incluindo segmentos afro-religiosos, segmento católico, segmentos luteranos, várias etnias. Lá estavam os negros e os indígenas, junto com a comunidade ribeirinha das ilhas, fazendo uma defesa de um bem tão natural que é o nosso Delta do Jacuí e as águas que banham Porto Alegre, através do magnífico lago Guaíba. Preservar essa atividade, fazer com que ela seja de caráter social, cultural, ambiental e econômico... Por favor, 10 mil reais do Poder Público Municipal é nada, é uma migalha.

Portanto, no momento em que o Relator rejeita a proposta, eu não entendo quais são os critérios, porque vários outros foram aprovados com uma similaridade muito grande. E dizer que não está previsto no PPA é o que menos “cola” neste momento. Inclusive o Ver. João Carlos Nedel pede uma Comissão Especial para representar a Comissão do Turismo desta Cidade. Se a Bancada do PP não votar junto, até mesmo para fortalecer o papel da política do Ver. João Carlos Nedel, que pede a Comissão Especial de Turismo para fazer com que essas atividades se tornem realidade, nós vamos estar na contramão da política.

Portanto, Srª Presidenta, é a última Emenda de nossa autoria. Talvez o nosso Relator consiga fazer uma análise propositiva do que significa tão pouco recurso para tão grande ato como este do Calendário Oficial da Cidade de Porto Alegre, a Romaria das Águas. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 71, destacada, ao PLE nº 021/07.

    

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, ouvi a questão atentamente, ela é meritória, mas não é apenas questão de 10 mil reais e de o Orçamento ser de 2 bilhões e 820 milhões de reais. Não é questão de serem só 10 mil reais ou não, e também não é uma questão religiosa.

O Ver.  Aldacir Oliboni falou na Festa de São Jorge, que coloquei no calendário: nunca foi pedido nenhum recurso via Orçamento. Vossa Excelência sabe o que é feito na Igreja São Jorge: a comunidade da Igreja se conscientizou da questão do Orçamento Participativo, foi para dentro da temática da Cultura e, lá dentro, conseguiu eleger dois, três ou quatro delegados, e aí conseguiram fazer essa sensibilização. Acho que é o que se pode fazer, porque, volto a dizer, Vereadores Aldacir Oliboni e Carlos Comassetto, V. Exas. estão tentando quebrar um paradigma daquilo por que lutaram por 16 anos.

Aí eu questiono: a mudança é porque não se está no Governo ou é uma mudança de acreditar que talvez aqueles valores não sejam os melhores? Não sei. Respeito, isso é discutível, faz parte, mas eu só gostaria de entender o que está ocorrendo dentro dessas mudanças. Porque, na realidade, volto a dizer, os paradigmas estão sendo quebrados, e eu gostaria só de entender se é porque não se está no Governo e aí pode, ou, quando se está no Governo, se delibera. Volto a dizer: não é questão serem 10 mil reais ou 1 milhão de reais. Como houve Emendas, é uma questão de critérios.

Repito: é meritório. Muitos Vereadores participaram da Romaria; é simpática, tem apelo popular, está crescendo, mas não está contemplada. Acho que o Governo também não vai deixar órfã porque é vontade do Governo, se ele sentir que existe realmente necessidade, aí sim, aí não somos nós, do Legislativo, mas ele - como Executivo - poderá fazer.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Mario Fraga, a Emenda nº 71, destacada, ao PLE nº 021/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM; 19 votos NÃO.

Cumprimos a pauta de hoje. Solicito a presença das Lideranças à Mesa. (Pausa.)

 

REQUERIMENTOS - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. S/Nº (Verª Clênia Maranhão) – requer regime de urgência para o Processo nº 9138/07 – PLE Nº 033/07, que autoriza o Poder Executivo, através do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB, a desenvolver ações e aportar contrapartida municipal para implementar o Programa Carta de Crédito – Recursos FGTS na modalidade Produção de Unidades Habitacionais, Operações Coletivas, regulamentado pela Resolução do Conselho Curador do FGTS nº 291, de 30 de junho de 1998, com as alterações da Resolução nº 460, de 14 de dezembro de 2004, e na Regulamentação do Ministério das Cidades, e dá outras providências. (incluído em 12-12-07)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação Requerimento s/nº de autoria da Verª Clênia Maranhão que requer regime de urgência para o Processo nº 9.138/07, PLE nº 033/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Srª Presidenta, solicito verificação de quórum.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Solicito a abertura do painel eletrônico para que possamos verificar o quórum. (Pausa.) (Após a verificação nominal.) Não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h28min.)

 

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